Conexão Mansur: Perigo de Mortes no Centro - Jornal Fato
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Conexão Mansur: Perigo de Mortes no Centro

Estou me referindo à falta de preocupação, ou o desconhecimento, pelo poder público, quanto às perigosas consequências das alterações nas vias do centro de Cachoeiro


- Ilustração: Zé Ricardo

 

Tem textos, crônicas, artigos que aquele que escreve não gostaria de escrever, considerando que, com isso, outros assuntos importantes para o crescimento da comunidade deixam de ser repercutidos e publicados. No caso especifico deste momento, estou me referindo à falta de preocupação, ou o desconhecimento, pelo poder público, quanto às perigosas consequências das alterações nas vias do centro de Cachoeiro. Dentre outros, o objeto desta crônica é a falta de observação por parte da prefeitura da segurança do trânsito nas imediações do centro da cidade.

Alterações feitas, às quais me refiro, é a eliminação de estacionamentos públicos à beira das calçadas do centro, o que produz diversos problemas. O primeiro, ainda que desimportante, é a diminuição da receita do estacionamento. O segundo problema é que essa medida afeta diretamente o comércio do centro da cidade, com prejuízo para empregados e empregadores e, até mesmo para a arrecadação de imposto municipais. Se não se tem onde estacionar, não tem como comprar.

Finalmente e de gravidade inaudita, e falta de cuidado e irresponsabilidade, é que os motoristas passaram a acelerar em demasia seus veículos, já começando a acontecer acidentes sérios e TAIS ACIDENTES SE REPETIRÃO EM ESCALA DE MAIOR SERIEDADE.

É que, não havendo veículos estacionados à beira das calçadas centrais e com o aumento da velocidade dos veículos, esses avançam por sobre as calçadas e começarão - JÁ COMEÇARAM - a atingir pessoas que por elas - calçadas - transitam.

No último 14 de outubro, na Praça Jeronimo Monteiro, um automóvel, em alta velocidade, subiu na calçada e por pouco não provocou tragédia imensa. E só não foi muito maior a tragédia, vez que era sábado à noite, já sem movimento de pessoas, e o automóvel foi interceptado por um poste, senão teria matado duas pessoas, conforme as filmagens registraram.

Já no fim da manhã do último dia 26 de outubro, quinta-feira, nas proximidades da pracinha que dá entrada para a Casa de Roberto Carlos, um veículo, também em alta velocidade, atravessou a pista e o local onde meses antes era estacionamento e atropelou um cidadão de 34 anos e uma criança, essa sem maiores consequências (se essa expressão é correta). O cidadão ficou internado mais de mês, saiu do hospital com sequelas, foi operado da coluna vertebral e a grave lesão o impossibilita de mexer as pernas. (Se houvesse estacionamento, teria ocorrido simples colisão de veículos, com os transeuntes a pé bem distantes)

As fotos dos dois acidentes estão nesta página. Espero que a prefeitura volte com o estacionamento para que os cidadãos (ao menos naqueles locais) não venham a sofrer mais consequências abjetas.

 

Saudades 

Biah Mengali

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. 

Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, 

quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, Eu sinto saudades... 

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, 

de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... 

Sinto saudades da minha infância, 

do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser... 

Sinto saudades do presente, 

que não aproveitei de todo, 

lembrando do passado 

e apostando no futuro... 

Sinto saudades do futuro, 

que se idealizado, 

provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... 

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria 

e nem apareceu; 

de quem apareceu correndo, 

sem me conhecer direito, 

de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito! 

Daqueles que não tiveram 

como me dizer adeus; 

de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre! 

Sinto saudades de coisas que tive 

e de outras que não tive 

mas quis muito ter! 

Sinto saudades de coisas 

que nem sei se existiram. 

Sinto saudades de coisas sérias, 

de coisas hilariantes, 

de casos, de experiências... 

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia 

e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, Sinto saudades das coisas que vivi 

e das que deixei passar, 

sem curtir na totalidade. 

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... 

para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi... Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades Em japonês, em russo, 

em italiano, em inglês... 

mas que minha saudade, 

por eu ter nascido no Brasil, 

só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando 

estamos desesperados... 

para contar dinheiro... fazer amor... 

declarar sentimentos fortes... 

seja lá em que lugar do mundo estejamos. 

Eu acredito que um simples 

"I miss you" 

ou seja lá 

como possamos traduzir saudade em outra língua, 

nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. 

Talvez não exprima corretamente 

a imensa falta 

que sentimos de coisas 

ou pessoas queridas. 

E é por isso que eu tenho mais saudades... 

Porque encontrei uma palavra 

para usar todas as vezes 

em que sinto este aperto no peito, 

meio nostálgico, meio gostoso, 

mas que funciona melhor 

do que um sinal vital 

quando se quer falar de vida 

e de sentimentos. 

Ela é a prova inequívoca 

de que somos sensíveis! 

De que amamos muito 

o que tivemos 

e lamentamos as coisas boas 

que perdemos ao longo da nossa existência?

(Biah Mengali, autora da poesia, é aluna de Licenciatura em Matemática do IFES - Campus Cachoeiro de Itapemirim).

 

 

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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