Consumismo - Jornal Fato
Artigos

Consumismo


Participando, com um grupo de jovens, de uma discussão sobre as mazelas do consumismo nas gerações atuais, chegamos a conclusão que vivemos um tempo em que ele impera como senhor e soberano. Liga-se a televisão e produtos diversos nos são apresentados em anúncios criados para seduzir as pessoas. Todos os meios de comunicação são mantidos pelos anunciantes, o que é natural. Só que uma pessoa consciente sabe o que pode ou não pode consumir. Os mais jovens são muito influenciáveis, e as compras pela internet em que se adquire o bem apenas com o número do cartão e um clique, é viciante e não dá tempo para se pensar se realmente o produto é necessário. E as contas vão se acumulando e a pessoa entra em desespero.

Em que consiste o grande engano? Pensar que pode-se comprar a felicidade adquirindo coisas, muitas vezes desnecessários. Sou de uma geração que aprendeu com os pais a comprar à vista e pedindo desconto. Quando chego a conclusão que preciso de sapatos, prefiro ir até a loja, o que me dá tempo para refletir, no caminho, o quanto necessito deles. E não atendendo ao impulso, tenho tempo para desistir se o meu desejo de adquirir o produto é, na verdade, compensação por conta de alguma frustração. Já nas compras pela internet é vapt vupt, e a cada dia aparecem novidades, ou melhor, em horas ou minutos. Um consumidor inveterado, daqueles que compram roupas, calçados, eletrodomésticos, eletrônicos, trocam de carro todo ano, trocam tudo logo que aparece um novo modelo, recebe uma carga de ofertas inextinguível. O equilíbrio só é adquirido com bastante consciência e moderação. Comprar é um direito de quem trabalha e é livre para fazer o que quiser do seu dinheiro, desde que o consumismo não tire a tranquilidade e a paz. E não exceda o limite dos recursos de que dispõe.

Somos responsáveis por todas as nossas escolhas, e qualquer delas que me conceda uma felicidade momentânea tendo por contrapartida agonia, endividamento, vergonha e frustração, não compensa. Se nesta vida buscamos ser felizes, não é o modelo do ano ou a grife de uma bolsa, que nos realizará plenamente. E muito menos adquirir algo para não se sentir inferior aos outros. Tudo que é fugaz se dissolve no tempo, o que permanece localiza-se no interior de cada um. O equilíbrio é um caminho árduo, e que possamos alcança-lo.


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

Comentários