Coração em pedaços - Jornal Fato
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Coração em pedaços

A perda de Athos, meu cão, me deixou tão cabisbaixa quanto seu irmão Thor


- Foto Reprodução/Instagram

Resido em casa com quintal amplo, e sempre conservo cães de guarda para a vigilância. Já possuí cães pastor, doberman, mastim napolitano e finalmente rottweiler. Cada um com suas características positivas e negativas. O cão pastor é muito inteligente, e por possuir pelagem longa é muito atacado por bernes e doenças de pele; o doberman corre o quintal com uma agilidade incrível, só não é tão obediente; o mastim napolitano é o cão de guarda mais lindo e competente entre todos, é enorme, pesado, não corre tão agilmente, mas se posta num ponto do quintal em que fiscaliza toda casa, é um cão que assusta pelo aspecto geral e o porte gigante.  Tive vários mastins enquanto havia criador em Cachoeiro, para conseguir filhotes atualmente só nos grandes centros. E nesse impasse e influenciada pela sobrinha que possui rottweiler, decidi procurar filhotes dessa raça, apesar de ouvir críticas de que eram pouco inteligentes e bem agressivos. Ainda bem que não acatei as opiniões.

Fomos, eu e meu neto, atrás de um filhote e nos apaixonamos por dois irmãos que decidimos não separar.  E trouxemos aquelas duas criaturas fofas e brincalhonas, demos os nomes de Thor e Athos, e numa rapidez incrível se transformaram em dois animais enormes que causavam temor em quem passava na rua. Eu evitava abrir o canil para soltá-los, porque com um esbarrão me levavam ao chão. Certa vez tive que cercar a frente da casa com tela para dar segurança aos vizinhos. Mas na realidade, apesar do aspecto assustador, são dóceis e de fácil cuidado, e não desgrudavam um do outro. Foram devidamente adestrados para só atacarem quando necessário defender a casa e a família.

E ao retornar de Marataízes percebemos que o Athos, o mais esperto e veloz, estava mancando. Foi medicado e não melhorou. Daí descobriu-se que estava perdendo os dentes e foi encontrado um tumor na sua gengiva. Conclusão, câncer com metástase nos ossos. E ele se foi, com apenas 8 anos e escrevo tentando aplacar minha tristeza. Afinal, porque esses animais, aos quais nos apegamos, não possuem uma expectativa de vida mais prolongada? Nunca imaginamos que um filhote só viverá conosco por tão pouco tempo. O Thor está cabisbaixo, com o rabo no meio das pernas, e geme à noite toda, e ainda há quem duvide do sentimento dos animais. E eu em condição idêntica.

 


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