Deixem viver o pé de goiaba - Jornal Fato
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Deixem viver o pé de goiaba


Tá difícil estacionar na Praça Jerônimo Monteiro, na cidade inteira; por isso tenho optado por ir a pé - saindo de casa, andando com tranquilidade, conversando aqui e ali. São só 15 minutos de ida e só faz bem à saúde de um setentão. E passear pelo trajeto, pouco mais de um quilômetro; e ir encontrando conhecidos e desconhecidos; cumprimentando também estes; às vezes sem resposta. Vejo, agora, que dá para escrever crônicas como esta. Aliás, coisas simples do cotidiano são fontes importante e inesgotáveis de crônicas... foi Rubem Braga quem disse.

Pois lá ia eu pelas calçadas (quando tem), pulando buracos - a cidade é um buraco só -, quando me deparei com pequena árvore surgida no meio dos paralelepípedos da rua. Há menos de mês lá não estava ela.

Numa dessas minhas passagens pelos desvãos das ruas, desviando daquelas coisas que o leitor sabe bem o que é, aconteceu que, um dia, nesta semana, uma turma de trabalho de capina da prefeitura estava preparada para cortar o matagal que beira os meios-fios.

Foi nesse dia que falei para um deles, mas creio que todos ouviram:

 - "Oh, não vai cortar aquela plantinha ali não, tá? É um pé de goiaba".

Falei como se aquele pessoal não entendesse de pé de goiaba, logo eles que sabem disso muito mais que eu - não plantador, que não sou, mas comedor de goiaba, que sou.

E fui embora na minha trilha, pensando e me remoendo:

 - "Acho que eles vão cortar, ordens são ordens".

E não é que não cortaram?

Na minha primeira passagem pós-conversa, vi que calçada e meio-fio estavam bem limpos... mas o pé de goiaba está lá, bonito como só...

Não sei no que vai dar isso. Esse pé de goiaba ainda vai dar problema, mas o que é o problema de pequenas árvores crescerem se há outros problemas que precisam - essessim - serem enfrentados com coragem... e não são.

Deixem viver o pé de goiaba.

A Primeira Gravação de ROBERTO CARLOS

Está na biografia nãoautorizadade Roberto Carlos, retirada de circulação:

- O bolero "Deusa" foi a primeira música gravada por Roberto Carlos, quando ainda criança. Segundo me informou o jornalista Joel Pinto, aliás, autor da letra e da música, a gravação foi feita em pequeno disco de acetato, no estúdio improvisado da Radio Marconi, que ficava situada na parte de trás do antigo Hotel Toledo (onde hoje é o Banco do Brasil, em Cachoeiro).

Joel Pinto, irmão de Joacyr Pinto, do SETE DIAS, foi jornalista por décadas. Foi ele, Joel, quem me passou a letra do bolero, há alguns anos, com a informação de que Roberto Carlos tem um exemplar do disco original. A letra, "furo de reportagem", é para recortar e guardar:

 

"DEUSA

Deusa,

Terna expressão de um louco anseio,

Sonho que eu busco em devaneio

Com quem busca uma ilusão.

 

Anjo do céu

Que passa pela vida,

Pobre andorinha perdida

Sem ninho e proteção.

 

Deusa da terra

Por quem eu vivo atormentado.

Sonho de amor do passado

Ouça os lamentos meus.

 

Deusa

Que Deus me veja neste mundo

Para que eu tenha um segundo

Da luz dos olhos teus".

 

Fábrica de Pios Maurílio Coelho

Em 26 de abril de 2014, Fábio Coelho Marins, da Fábrica de Pios MaurilioCoelho, me mandou esta mensagem:

"Talvez você não saiba, mas na rota turística dos Vales e do Café, especificamente em Cachoeiro de Itapemirim, existe uma fábrica. Apesar do cachoeirense não saber que é a mais antiga do estado, ela é conhecida em outros países.

Seu maior patrimônio é a arte de fabricar pios da fauna brasileira, legado deixado por Maurílio Coelho, seu fundador. Digo pio, porque pássaro não apita; pia, canta e encanta. Portanto, nossos pios são mais que meros presentes, são símbolos da identidade capixaba e de Cachoeiro.

Então, cidadãos do mundo, aqui na capital secreta do mundo, não existem apenas os Braga, os Sampaio, o Rei, as lembranças de Luz Del Fuego, dentre outros, e as maiores jazidas de mármore e granito.

Aqui também é terra de Coelho que pia, e sempre vai piar forte pela cultura atual e pela memória da sua terra. Grande abraço!".

 

Ninguém Sabe do PDM de Cachoeiro

Em Cachoeiro, o PDM - Plano Diretor Municipal - bagunçou geral há 12 anos até hoje. Ninguém sabe qual é o Plano Diretor legal de Cachoeiro, mas o Ministério Público sabe muito. Foi ele, MPES, quem propôs Ação Declaratória de Inconstitucionalidade que detonou 21 leis municipais absolutamente inconstitucionais, as quais foram aprovadas nos governos Valadão e Casteglione, sabidamente por essas excelências, contrárias à Constituição Federal e ao Estatuto das Cidades, lei maior federal.

Em comentário recente neste jornal, seu editor Wagner Santos disse muito bem que "a instalação (na Rua Moreira) de uma Faculdade, transformou o trânsito num inferno nos horários de chegada e saída dos alunos".

O comentário do editor, muito bem posto, ao relembrar a história, faz referência à possível construção - e maior impacto - de grande empreendimento imobiliário aonde fora a antiga Fábrica de Cimento, também na Rua Moreira.

Na minha memória ficou que fui "expulso" do PDM exatamente por isso e por outros motivos: - eu queria transparência absoluta para o cidadão e a observância de legislação honesta que protegesse a todos. Não aconteceu.

Prestem atenção cidadãos responsáveis, para não chorar sobre a realidade que te esmagará proximamente. Reclamar depois, pra quê e por quê?


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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