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Para alguns, sabedoria é o conhecimento; uma arte de convivência


É a busca da sabedoria. Para alguns, sabedoria é o conhecimento; uma arte de convivência; a busca de virtudes, que é o desejo de realizar o bem; harmonia no viver, para outros. Uma crônica é a descrição de detalhes de uma vida diária, não necessariamente com fatos reais, geralmente com uma realidade modificada, uma quase poesia de uma labuta, um olhar diferenciado de coisas vividas e de sentimentos aflorados. Um caminho entre flores e rosas mesmo estando à sombra de árvores alheias. A crônica não se importa com o poder das coisas. Relata sentimentos, paixões, sem se importar com suas razões, sem mesmo obter consciência do que vive. Uma liberdade de relatar fatos e vidas.

A crônica é uma bela forma de viver a literatura. Somos personagens de uma vida diária romanceada. Por isso, uma surpresa ao ler Yuval Noah Harari, israelita, autor de Sapiens: Uma breve história da humanidade e Homo Deus: Uma breve história do amanhã. Uma das coisas que mais admiro no ser humano é a inteligência. Verdade que, as virtudes, a disposição para fazer o bem, com seu senso de justiça, polidez, coragem, caridade, fé e esperança nos torna civilizados e facilita o relacionamento e o convívio. Porém, a inteligência nos faz diferentes. Faz o mundo tornar-se empolgante, nos oferece a chance de buscar a cura de doenças, entender o Universo, eliminar a fome no mundo, manter a esperança de um planeta melhor e consertar os erros humanos.

Sempre achei que o mundo diferente, e melhor, seria a harmonia entre virtudes e a inteligência dos humanos. Fiquei pasmo ao término da leitura dos dois livros. Harari, com maestria, e facilidade de escrita, mostra outros caminhos. Caminhos que a ciência, tecnologia e a inteligência humana vão chegar. Uma leitura impactante. Aquilo que aprendemos: Penso, logo existo. Ou a memória como o nosso maior troféu, pode não significar a verdade no futuro. Uma nova inteligência pode surgir: Inteligência artificial. A consciência humana pode nada significar em futuro próximo. Uma nova forma de governar o mundo pode emergir. Baseado nos algoritmos. Os números (dataísmo) substituindo os sentimentos.

As ideias de Harari se voltam para os algoritmos. Considera que, para compreender nossas vidas, e o nosso futuro, devemos compreender o que é e como eles estão ligados às emoções. Descreve o algoritmo como um conjunto de passos, metódicos, que pode ser usado na realização de cálculos, na resolução de problemas e na tomada de decisões. Isto é, podemos usar o algoritmo em todas as instâncias, inclusive numa receita culinária, na preparação de uma sopa de legumes: 1- aqueça meia xícara de óleo numa panela; 2- pique quatro cebolas em pedaços bem finos; 3- adicione isso e aquilo... Podemos usar ingredientes diferentes, mas o algoritmo será o mesmo. É possível construir uma máquina na qual esse algoritmo esteja embutido e o siga automaticamente. Chega à conclusão que humanos são algoritmos, pois podem se produzir cópias deles mesmos. A base da programação de computadores é baseada em algoritmos. As máquinas podem ser programadas para todo tipo de realização. Basta a inteligência dos dados. Não há necessidade da consciência. Menos ainda das emoções humanas. Basta usar as emoções bioquímicas algorítmicas.

 

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Sergio Damião Sant'Anna Moraes

 


Sergio Damião Médico e cronista

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