Homer Simpson e Eu - Jornal Fato
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Homer Simpson e Eu


Acho que não sou lá de exagerar muito nas minhas qualidades, ainda que, muitas vezes, muito de nós somos tentados a isso... eu também. Mas a vida pública nos leva, por vezes, a esquecer dessas defesas (digamos assim) e acabamos sendo atropelados pela verdade não captada no momento certo.

Vinha eu caminhando pela Praça Jerônimo Monteiro, centro da mui amada Cachoeiro de Itapemirim, junto com o colega Dr. Thalyson, quase alcançando a esquina do prédio do Banco do Brasil, que vai dar na Rua Ruy Barbosa, que vai dar - por sua vez - no antigo Jardim de Infância.

A conversa vinha animada, efeito de algumas propostas e estudos que ambos fazíamos a respeito de meu mandato de Vereador, na Câmara de Cachoeiro. E vinha animada porque vínhamos de uma reunião de nossa Comissão de Constituição e Justiça, das mais proveitosas.

Quase chegados à esquina do Banco, coisa de uns cinco metros mais ou menos, avistei uma dupla; uma jovem de menos de trinta anos e uma criança que não passava de seis anos de idade, eu acho.

Foi quando, ao me olhar, o rosto da moça como que se iluminou. Garanto que foi isso mesmo, ando meio metido a interpretar olhares, sorrisos, gestos e tiques das pessoas. Tenho acertado bastante, mas, às vezes, erro redondamente, como passo a relatar (ou a me delatar?).

Ao tempo em que se iluminou o rosto da jovem senhora, deu tempo de vê-la dirigir o olhar à criança e dizer para ela, literalmente me fixando:

- "Olha meu filho, é ele!!!".

O tom de voz ainda está gravado na minha esquecida memória, e nem por isso perdida. Captei o olhar, registrei as palavras e dobrei a esquina do banco. O raciocínio fluía que era uma beleza - e tão rápido como virara a esquina, virei-me para Thalyson e lhe disse, coberto de orgulho:

- Cara, esse negócio de ser Vereador é bom mesmo, não conheço a moça, nunca a vi, e ela me identificou, não só identificou o Vereador, como chamou a atenção do filho, para me ver.

Tão rápido quanto a moça chamara o filho, rápido foi Thalyson, ao me devolver esta resposta, que escrevo na íntegra:

- "Acho que não tem nada com Vereador não, você reparou a camiseta que você está vestindo?"

Caí na real. A camiseta que eu vestia era uma camiseta amarelíssima, com a cara bem visível do personagem Homer Simpson, abrindo o maior sorriso de admiração, ou susto, sei lá.

Quando deixar de ser Vereador, quero ser Homer Simpson - ele atrai bem mais olhares do que atrairia um vereador, ao menos eu.

 

Fim de Semana de Artesanato

Neste fim de semana que antecede o Dia das Mães - 5 e 6 de maio -, o artesanato de Cachoeiro se apresenta em diversos locais - e são todos artesanatos de qualidade. Vejam aqui os que abono e vi nas redes sociais. Existem outros que não consegui ver e avaliar.

1 - Começando por sexta-feira (ontem) e sábado, a comunidade do Bairro Paraíso promove, na sua praça central (Praça João Fardin) grande "Feira de Artesanato" - encontro de artesanato e de coisas da cozinha - comida típica da região. Funciona a partir das 17 horas.

2 - No Restaurante Original, situado na Av. Aristides Campos, Bairro Santo Antonio, acontece o "Shop & Art Original" com moda, decoração, gastronomia e, claro, Artesanato. Sábado, 5 de maio - de 17 h até as 23 h.

3 - Também no sábado, 5 de maio, no Centro da Cidade, Café Mourads, local que vem se transformando em local de divulgação de artesanato, acontece o "Café com Arte", de 08 às 13 horas.

4 - E mais, no domingo, 6 de maio, após a Missa, as artesãs que se reúnem na Matriz Velha - Igreja Senhor dos Passos - além de realizarem trabalho social de excelência, mostram suas qualidades artesanais. Também esse artesanato cachoeirense é muito especial e sua mostra e comercialização acontecem logo após a missa das 8 horas, frente à centenária Igreja.

 

Frases Soltas Por Aí

Fred Figner - Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana.

Jonathan Swift - Os maiores conquistadores foram por fim conquistados pela morte.

Karl Kraus - O diabo é um otimista se acredita que pode tornar os seres humanos piores

Esopo - O insignificante não causa nem o bem nem o mal a ninguém.

Sun Tzu - Faze com que seus planos sejam obscuros e impenetráveis como a noite e, quando te moveres, cai como um relâmpago.

Kurt Mettenheim - Ler Maquiavel assusta. Mas não culpe o mensageiro pela mensagem.

Napoleão Bonaparte - É preciso servir o povo e não procurar agradá-lo.

Ouvi na série de TV "Perdidos no Espaço" - Tem coisas que aprendemos com o tempo; outras só com um tapa na cara.

 Dora Kramer - Pensar antes de teclar.

Alan Bennett - Tentamos fundar uma pequena comunidade anarquista, mas as pessoas não obedeciam às regras.

Carlito Maia - Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita.

Clarence Darrow - Quando garoto, me disseram que qualquer um poderia ser presidente; estou começando a acreditar nisso.

Galbraith - No capitalismo o homem explora o homem. No comunismo é justamente o oposto.

  1. Reich - Quando a descoberta sai no jornal, zé ninguém, você acredita nela, quer a entenda quer não.

Nélida Pinon - A história da amizade se tece com enredos simples.

Ouvi na série de TV "Perdidos no Espaço" - Talvez eu tenha uma resposta depois que eu acabar de ajudar você.

Nelson Rodrigues - Antigamente o silêncio era dos imbecís, hoje são os melhores que emudecem.

 

MENINOS, EU LI

O "Correio Braziliense" é um jornal dos antigos Diários Associados, publicado em Brasília (bom jornal, reconheça-se) e também é o primeiro jornal brasileiro independente, curiosamente publicado em Londres, a partir de 1808. Surpresa para mim: na verdade o "Correio" não foi jornal como os dos tempos presentes. Foi, sim, fascículos mensais, com 70/80 páginas cada, que permitiam encadernação futura, aliás, como se fez em edição em fac-símile, de 30 volumes, publicada pela Imprensa Oficial de São Paulo.

O objetivo deste "Meninos eu Li" é trazer textos lidos por mim, os quais achei interessantes e foram objeto do meu marca-textos amarelo. E é da pág. 120 do antigo "Correio", julho/1808, portanto nº 2 do jornal, que retiro o texto, bastante atual, apesar de seus quase duzentos anos:

"Quando os indivíduos de uma nação cometem impunemente os crimes, ou violam as leis da decência, e do pudor, sem que a voz pública os condenem à infâmia, então essa nação pode chamar-se corrompida, e as ações do indivíduo infamam o total da sociedade. Não é porém assim quando o criminoso é exposto à infâmia, e o devasso censurado pelos homens bons".

O texto também serve para explicar o que é um clássico. Clássico é tudo aquilo que transcende ao seu tempo e cabe em qualquer outro. Que pode ser lido décadas após escrito e é capaz de emocionar, ainda. Daí porque Hipólito José da Costa e o velho "Correio Braziliense" são clássicos dos clássicos da literatura jornalística brasileira. Meninos, eu li.

(Esse texto escrevi e publiquei na Conexão Mansur nº 1, em 08/2004. Quase 14 anos depois, com o jornal já bicentenário, continua a mesma coisa em nossos tempos. A única coisa que mudou, de lá pra cá, é que doei, aos cuidados do Professor Diogo Lube, minha coleção completa do Correio Braziliense à São Camilo)


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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