Levou dez anos, mas política pública federal concebida há mais de dez anos começará a mostrar seus resultados na saúde pública com potencial para eliminar um gargalo histórico que afeta a vida de quem depende do atendimento gratuito.

A Prefeitura de Cachoeiro anunciou o convênio que permitirá a contratação de médicos residentes para suas unidades de saúde. É o fechamento do ciclo de programa iniciado em julho de 2013, pela então presidente Dilma Rousseff: o Mais Médicos.

A maioria há de se lembrar da iniciativa pela contratação de 18 mil médicos estrangeiros - cubanos na maioria (11 mil) - pois, como tudo neste país, virou motivo de disputa política (e econômica), principalmente para a reserva de mercado.

Apesar disso, o reforço do exterior ajudou muita gente nas cidades de interior e periferias de grandes cidades, onde os médicos brasileiros não se dispunham a atuar.

Polêmicas à parte, a "importação de médicos" era, apenas, medida emergencial, após tentativas infrutíferas de estimular recém-formados nacionais a atuarem nesses grotões. A política pública perene estava em andamento paralelamente, com a abertura de novas faculdades de medicina interioranas.

O objetivo era, paulatinamente, substituir os estrangeiros pelos que se formassem nestas novas faculdades, pois, se já estudassem no interior, a chance de permanecerem seria significativamente maior. Além de que, com mais médicos, mais oferta de mão de obra.

Cachoeiro conseguiu efetivar uma dessas faculdades. E, agora, as primeiras turmas formadas terão a oportunidade de iniciar, nas unidades básicas de saúde do município a sua vida profissional. Bom para eles, mas principalmente para a população, com a ampliação do atendimento.