O "não voto" e o panorama regional - Jornal Fato
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O "não voto" e o panorama regional

Tenho recebido com frequência, políticos, com ou sem mandato, que, muito provavelmente, terão papel preponderante nas próximas eleições


A falta de cooperação é um protesto contra a falta de consciência e participação involuntária no mal.

Mahatma Gandhi

 

Tenho recebido com frequência, políticos, com ou sem mandato, que, muito provavelmente, terão papel preponderante nas próximas eleições. Alguns deles, fatalmente, serão eleitos. Por isso, é sempre bom saber o que pensam, embora suas plataformas só devam ser destrinchadas neste veículo de comunicação no período eleitoral.  

Em off, tentamos, sempre, decifrar, com olhar de dentro e de fora, o que se passa na cabeça do eleitor, hoje tão desiludido. Conclusão quase unânime é que a criminalização da atividade política deve provocar índices históricos de abstenções, como já indicado pelos cerca de 40% de "não votos" nas eleições suplementares ocorridas no Tocantins e no Mato Grosso, há cerca de dez dias.

Quem roda o Estado, fazendo ajustes de pré-campanha, percebe no eleitor médio um misto de frieza e irritação. Ninguém é enxovalhado nas ruas, como se costuma ver nas mídias sociais, mas a receptividade já não é a mesma de outros tempos.

Fazer qualquer previsão sobre o comportamento do eleitor, em eleições tão atípicas, é arriscado. Mas há indicações de que, ao menos na disputa proporcional, não haverá tanta renovação como a indignação popular poderia fazer supor.

Isso se deve, em muito, ao curto período de campanha, que privilegia quem exerce mandato e, por isso, tende a ser mais estruturado e conhecido, e, pasmem, às abstenções crescentes, que são protesto dos indignados, mas que deixam a decisão nas mãos dos que estão satisfeitos e estes, já têm candidatos.

Quanto à região sul, a dúvida é ainda maior, pois acumulam-se candidaturas de todos os portes, que devem contribuir para a divisão dos votos. Apenas em Cachoeiro, já se aproximam de 30 os nomes de pretensos candidatos a deputado estadual, por exemplo, que moram ou têm influência na cidade.

Com tanta gente disputando o mesmo eleitorado, é improvável que alguém saia já "eleito" do maior colégio eleitoral do sul capixaba. Quem não tiver muito boa articulação fora, vai ficar pelo caminho. O mesmo vale para a disputa de deputado federal.

O eleitor, que queira mudar as coisas com seu voto e não com protesto, deve ficar atento. A disputa é sadia e democrática, mas região corre o risco de perder ainda mais representatividade política, o que já acontece, há anos, na mesma proporção, com a relevância de sua economia.

E representatividade não quer dizer que só se deve votar em quem mora por aqui, mas ter a certeza de que o escolhido- seja de Cachoeiro, Marte ou Plutão - vai assumir e manter compromisso com o desenvolvimento da região. É o que vamos cobrar.

 

DESTAQUE. Os ex e o atual senador Gerson Camata e Ricardo Ferraço, respectivamente, se encontraram em Alfredo Chaves.

 

Sobe

Saneamento

Cachoeiro de Itapemirim conquistou posto de referência nacional em saneamento básico. O município figura na categoria compromisso com a Universalização e segue a passos firmes e rápidos rumo à cobertura completa do município. No ranking, em que a pontuação máxima é 500, enquadrou-se na categoria entre 450 e 489 pontos. Os investimentos que a BRK Ambiental faz nas redes do município, deve levá-la ainda mais alto na classificação.

 

Desce

Minha casa, que vida...

É o cúmulo do absurdo que os contemplados pelo programa Minha Casa, Minha Vida tenham que arcar com as despesas dos apartamentos antes mesmo de terem a chance de se mudar para lá. Já é o terceiro mês e nenhuma provisão para que as chaves do conjunto habitacional no Gilson Carone, em Cachoeiro, sejam entregues. O que deveria aliviar as despesas com aluguel, se tornou algo mais a pagar no período.

 

Mas, hein?!

A politização do futebol, que constrange quem usa a camisa da Seleção Brasileira, não resiste à primeira vitória do Brasil na copa. É só observar.

 

Vias de FATO

O deputado federal Givaldo Vieira (PCdoB) cumpre atividades, nesta sexta-feira (15), em municípios do Sul do Estado. Passa por Marataízes, Mimoso do Sul e Cachoeiro. 

O encontro político realizado em Cachoeiro na tarde de ontem mexeu com os bastidores da Prefeitura. O prefeito Victor Coelho (PSB) se colocou na linha de frente da mobilização. 

O desafio foi animar o público a comparecer para ouvir o ex-governador Renato Casagrande, que tem corrido o Estado com eventos do tipo, em pré-campanha pelo Governo.

 Cachoeiro, polo do sul capixaba, é a cidade de maior expressão sob o comando do PSB no Espírito Santo e, por isso, estratégica para as pretensões eleitorais do partido neste ano. 

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro, Felipe Macedo, tem se valido de articulação e criatividade para por a pasta em evidência em tempos de crise.


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

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