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Sobretudo Respeito

Todos têm direito à vida, à integridade física, à saúde, ...


Todos têm direito à vida, à integridade física, à saúde, ... Assim, a ninguém é permitido violar quaisquer desses direitos cuja amplitude alcança a integridade física, mas também a psíquica. Quem viola incorre em algum fato típico, ou seja crime, previsto no Código Penal Brasileiro e, portanto, será - ou deverá ser - punido.

Importante registrar que, ao garantir o direito a todos, fazem parte desse rol de protegidos efetivamente TODAS as PESSOAS, portanto, pouco importa se o ser humano é sem teto; ou desafeto; ou transgressor da lei; ou companheiro(a) ou ex.; ou pessoa desconhecida; ou pessoa pública; ou...

Assim, se alguém nos desagrada ou contraria, temos inúmeras alternativas decentes e legais para superar isso. Em relação aos políticos, podemos ainda, através do exercício da liberdade de expressão e do voto, fazer campanha expressa contra a eleição do candidato e exercer o direito de não votar nele. Contudo, se vencer aquele que não escolhemos, isso se chama democracia, mas não será o fim. Ainda poderemos (deveremos) fiscalizar sua gestão e cobrar os resultados prometidos, sempre respaldados pela lei.

Apesar disso, vejo amigos e parentes brigando por política e, se não bastasse, há alguns dias, fomos surpreendidos com uma tentativa de homicídio contra um dos candidatos à presidência: Jair Bolsonaro. Essa atitude, além de um grave ato contra a democracia, revela-se ainda um ato criminoso contra um ser humano, cuja vida e integridade física e psíquica são garantidas pela Constituição Federal.

Registro que não estou aqui a defender quaisquer candidatos ou pretensos candidatos. Na verdade, estou frustrada com a falta de opção de presidenciáveis que me deem a segurança de dias melhores no Brasil. Apesar disso, acredito que nossa única oportunidade para os anos que seguirão 2019 decorre da análise consciente da conduta de vida dos presidenciáveis e da proposta que melhor se adequam às nossas expectativas sociais, contudo, necessário também analisar os riscos e as vantagens que a gestão do escolhido trará a toda a sociedade e não aos nossos interesses individuais.

O fato é que, gostando ou não da proposta de um candidato, não é com a violência que o problema do Brasil será sanado. Ao contrário, violência é um dos grandes males hoje havido em nosso país.

Assim, como um moribundo que necessita de remédios para a cura da doença, pois senão esta cresce e pode matar, o Brasil precisa da cura da violência sob pena de que, em dando respostas mais violentas, cresçam com ela as consequências da brutalidade ampliada.

Nesse sentido, importante destacar que não precisamos de mais grades em casa, de mais carros blindados, de mais crianças presas e grudadas no celular. Tampouco precisamos de mais prisões domiciliares, de mais depressão ou de mais síndromes emocionais.

 Ao contrário, necessitamos de mais respeito, de mais saúde, de mais educação, de mais qualidade de vida, de mais amor ao próximo, de mais perdão e de mais condutas simples de boa convivência. Se não aprendermos com urgência a respeitar as diferenças e a promover a paz, o país tende a experimentar um período grave de recessão.

 O problema é que, afligidos pela a ânsia de mudança da realidade atual, ficamos vulneráveis e passamos a acreditar que a opressão é algo bom. Todavia, muitos de nossa geração nem imaginam o que é não poder se manifestar, não poder se expressar e, apesar disso, ter que aplaudir quando o país cai sobre nossas cabeças sob pena de "sumir do mapa". Espero que nunca saibamos e que toda e qualquer violência seja extirpada de nosso Brasil nessa e nas futuras gerações.


Katiuscia Marins Colunista/Jornal Fato Advogada e professora

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