Tolerância e intolerância! - Jornal Fato
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Tolerância e intolerância!


Tolerância tem como base o suportar e sustentar, é o quanto aguento uma situação ou pessoa, é ir ao limite de uma questão, é exercer a paciência, a paz, a longanimidade e o amor.

A tolerância não é um dom, ou seja, a pessoa não nasce tolerante, é algo que temos que aprender e, o aprendizado passa pelo exercício exaustivo do auto entendimento e autoconhecimento dos meus próprios limites, pois quando sei bem meus limites, tenho mais facilidade de exercer a tolerância, quando desconheço meus limites corro o risco de perder a tolerância.

As pessoas tolerantes são as que buscam formas e possibilidades para converter os conflitos pessoas, sociais ou intelectuais em situações confortantes para as partes envolvidas. A tolerância é uma ferramenta para negociadores e pessoas que buscam viver de forma mais pacifica consigo mesmo e com o outro.

Creio que a tolerância é um tipo de lubrificante que colocamos quando as situações emperram e, não conseguem prosseguir, como se fosse uma engrenagem emperrada que precisa de um lubrificante para voltar a girar dentro da normalidade, pois na tolerância conseguiremos viver em paz e com mais harmonia.

A intolerância ao contrário da tolerância tem como base o não suportar e não sustentar uma situação ou pessoa, é o não exercer a paciência, a longanimidade e o amor. Na intolerância o que fica evidente é o ódio, a raiva, o desejo de matar e a indiferença. Esses elementos da intolerância (ódio, raiva, desejo de matar e indiferença), são encontrados nos relacionamentos superficiais e, no excesso de informações que estamos recebendo ultimamente, pois isso tem afetado muito a forma de vida das pessoas.

A superficialidade de algumas questões, a banalidade pela vida, o excesso da busca para ser sempre o melhor e maior, têm contribuído para o aumento dos elementos da intolerância (ódio, raiva, o desejo de matar e a indiferença), pois estamos nos afastando dos elemento da tolerância (amor, paz, paciência e longanimidade).

Esse afastamento da tolerância e seus elementos nos tornou pessoas com julgamentos mais aguçados consigo mesmo e com os outros, nos tornou pessoas ácidas e dissimuladoras de soberba, por exemplo, vivemos na era do eu sou bom nisso e você não é, eu possuo isso e você não possui, eu tenho direito sobre isso ou aquilo e você não tem. Viramos pessoas exclusivistas, individualistas, criminalistas, cheias de direitos e quase nenhum dever.

Culpamos os governos ou os outros por quase tudo que nos acontece e, essas críticas cruéis geram a intolerância e com ela os elementos que ela produz.

O intolerante tem a crítica pronta para qualquer ação e, se torna assim um pessimista de carteirinha, onde tudo está errado, onde tudo é feito para o pior e não para o melhor, isso cria uma sensação de impunidade e, com isso ficamos tristes e a tristeza nos leva a alimentar os elementos da intolerância (ódio, raiva, desejo de matar e a indiferença).

Para diminuirmos a intolerância e aumentar a tolerância creio que precisamos aquietar um pouco em nossas ações e impulsos conscientes, ou seja, checar as informações, observar se o que está sendo escrito ou falado tem fundamento.

Creio que devemos silenciar nossas ações no sentido de ouvir mais o que tem sido falado ou ler o que tem sido escrito, quando falamos muito, falamos para nós mesmos e não para os outros. (as redes sociais são assim, escrevemos e falamos somente para nós mesmos, pois lembra a minha e sua rede são constituídas somente de pessoas do meu rol de amizade, logo, eu não tenho ninguém que vá contra o que escrevo e, isso não é bom, pois devemos nos expor além das redes sociais e aceitar críticas de outras pessoas, não adianta bloquear, excluir, deletar etc, pois na vida real não podemos viver assim.).

Diminuir o ritmo em nossa vida pode aumentar nossa tolerância, pois não podemos e não devemos entrar nos ritmos das propagandas e cobranças da mídia para ser isso ou aquilo, devemos viver dentro dos nossos limites e experiências, diminuir o ritmo é saber que o ser humano tem direito ao ócio produtivo (tempo para autoconhecimento e auto entendimento), um tempo de desaprende e reaprender, tempo de ficar só e tempo de se relacionar, tempo de festa e tempo de trabalho.

Se você leu até aqui, creio que você seja uma pessoa tolerante. Vai vendo!


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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