Vivam as árvores - Jornal Fato
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Vivam as árvores

Depois do pequeno périplo, sentei-me e descansei, à sombra da enorme figueira


Depois do pequeno périplo, sentei-me e descansei, à sombra da enorme figueira. E ali fiquei eu, atônito, a contemplar minha "aldeia", e os que passavam, diante de mim. Estava, afinal, ao lado de um palácio e, de soslaio, apreciava a sofisticação da remota arquitetura, toda assobradada e sem eirados.

Grandes janelas e portas, a abrigar as dependências administrativas, da prefeitura municipal. Voltei a face e, novamente, passei a fitar minha gente. Cada um passava com sua pressa peculiar. Exceto eu, logo ali, bem à vontade, a observar o panorama, diante dos meus olhos que, por alguns instantes, lembraram-se de outros visuais ocorrentes na cidade.

Ainda me lembro das árvores, nossas prodigas irmãs, que nos aliviavam com suas sombras e fotossínteses. Saudades. Saudade da imensa e frondosa árvore, defronte ao shopping, mutilada, pelos interesses comerciais. Lembro-me que os "champs elyses", em Paris, França, considerada uma das mais belas avenidas do mundo, é permeada por vegetação e árvores.

Se pudesse, arborizaria, todo município, com as mais variadas espécies. Pense que essa coexistência, por certo, seria, deveras, maravilhosa. Uma cidade completamente tomada pelas árvores, em confronto com o concreto cinza e duro.

Mais onírico, assim diria, e saudável, igualmente. Claro, sempre bem cuidadas e, aí, a nos oferecer suas benesses. Não impediriam a luz. Não. Brincariam com a luz e de "quebra", muito oxigênio. Permaneci sentado, sob a árvore, sonhando com a miríade de tantas outras.

Parece-me que escutaram meus sonhos mais ancestrais, e já andam por aí a disseminar árvores, espargindo natureza pura, uma de nossas grandes necessidades, no que tange à qualidade de vida. Eis os fatos. Vivam as árvores com seu verde enternecedor. Suas flores e frutos. Viva a espontaneidade da vida que, às vezes, encerra-se em uma minúscula semente.

 

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Tu...tu és farol, sinal, sinaleira sem alarde que, suave e tênue, livra-me das tempestades.

Evita-me as pedras, a maltratar minha carne, envolve-me e protege-me de pragas súbitas.

E me falas como música, de um mundo que entabulas para mim, enquanto preso ao chão, me dá asas, e, assim, voamos, sem fim.

De todo mal me guarda, no recôncavo plácido dos teus braços, e feito um beijo esplendido, nos lábios teus, me adormeces, insólito, amor meu, na pronuncia de nossos sonhos...

 


Giuseppe D'Etorres Advogado

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