Piloto recordista da Força Aérea Brasileira incorpora Ausente Nº 1
Missões de paz no exterior, expedições na Amazônia... coronel aviador da reserva, escolhido Cachoeirense Ausente de 2023, Aloísio Secchin coleciona aventuras pelo mundo
A primeira vez que viu o espetáculo de acrobacias aéreas da Esquadrilha da Fumaça foi semelhante a milhões de crianças pelo país. Tinha apenas cinco anos de idade, estava montado na "cacunda" do pai, deslumbrando-se com os voos de ponta-cabeça, loopings, piruetas, além dos belos desenhos no céu.... Tudo isso aconteceu em meados da década de 1970, em Marataízes, balneário de que, assim como muitos outros cachoeirenses, guarda inúmeras boas lembranças.
Quem diria que, três décadas depois, aquele garoto faria parte da quebra de recorde mundial de voo invertido integrando equipe do mais famoso esquadrão da Força Aérea Brasileira, um dos símbolos nacionais, que se apresenta em todos os estados brasileiros e em dezenas de países, encantando gerações. Do qual para fazer parte é exigido rígido treinamento e aprimorada habilidade técnica.
Esta é a história de Aloísio Secchin Santos, o Cachoeirense Ausente Nº 1 de 2023. Coronel aviador da reserva, iniciou a carreira na Força Aérea em 1987 na Escola Preparatória de Cadetes do Ar. É bacharel em Ciências Aeronáuticas, pós-graduado em Ciências Aeroespaciais e mestre em Ciências em Estratégia Nacional de Defesa (pelo National War College, EUA). Mora em São José dos Campos, em São Paulo.
Missões de paz no exterior - no Haiti e na África, por exemplo -, expedições na Amazônia, apresentações em diversos países com a Esquadrilha da Fumaça - inclusive, travessias do Oceano Atlântico, para chegar à Europa, e do Caribe, para os EUA, com o equipamento oficial do esquadrão, o versáteis aviões brasileiros modelo Tucano, apoiados por um C-130 Hercules...
Desafios e aventuras não faltaram na carreira de 35 anos do cachoeirense do bairro Independência, proveniente das tradicionais famílias Gonçalves e Secchin, nascido em 24 de junho de 1971, e que estudou na Escola Tio Patinhas.
Filho de Beatriz Maria Secchin Santos, a aviação está no sangue. O pai, Aloísio Gonçalves Santos, piloto civil de helicóptero, fez carreira no setor petrolífero, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
O Cachoeirense Ausente de 2023 é casado com Patrícia Gazola. O casal tem dois filhos: Gabriel Gazola Secchin Santos (formou-se em Direito no fim do ano passado) e Clara Gazola Secchin Santos (estuda Psicologia em Brasília).
Apesar de ter saído ainda bem jovem de Cachoeiro, ele costumava manter contato com amigos nas temporadas de verão em Marataízes e com os muitos primos em Cachoeiro. Dos amigos, cita o nome de Alexandre Depes, com quem tem mais contato atualmente.
Aloísio Secchin teve a oportunidade de se apresentar com a Esquadrilha da Fumaça duas vezes em sua cidade natal. Em uma delas, inclusive, recebeu a Comenda Rubem Braga, em 2006.
Quanto à principal homenagem, recebida agora, considera "muito legal" o fato de "ser lembrado", o que lhe trouxe grande emoção.
O título de Cachoeirense Ausente Nº 1 foi criado no fim da década de 1930, pelo poeta e jornalista Newton Braga, como forma de homenagear os conterrâneos que não viviam mais no município, mas que mantinham vínculos afetivos com a terra natal, orgulhosos da imposição do destino.
Aloísio, que se diz fã de Rubem Braga e de Roberto Carlos, declarou que a expectativa é alta para curtir a festa da cidade. Ele espera que seja um inesquecível evento e cumpra seu propósito, que as pessoas se confraternizem, celebrem os reencontros... "que seja, enfim, uma festa como tem que ser, grande", conclui o homenageado.
Nomes de destaque em diversos campos
Há astros do cinema e da música. Célebres poetas e escritores, além de nomes de destaque em profissões variadas. Empresários, políticos, jornalistas, médicos e, como não poderia deixar de ser, admirados professores.
O seleto rol de homenageados com o título de Cachoeirense Ausente contempla ninguém menos do que Benjamim Silva (1944), Rubem Braga (1951) Roberto Carlos (1967), Raul Sampaio (1969), Jece Valadão (1971), Carlos Imperial (1973), Marcos Resende (1991)...
Seria preciso escrever mais alguma linha? Pois é, mas a lista de talentos não termina aí, todos nasceram na mesma cidade, o que fez com que ela se tornasse lendária, contribuindo para o apelido de "Atenas Capixaba" por conta de intensa produção intelectual no glorioso passado.
Sexta mulher no rol de homenageados, a empresária Maria da Conceição Castelar de Souza recebeu a honraria em 2022. Agora é a vez do coronel aviador da Força Aérea Brasileira Aloísio Secchin Santos. Confira a lista com todas as personalidades homenageadas, desde 1942:
CACHOEIRENSES AUSENTES
1942 - Heráclides Gonçalves
1943 - Trófhanes Ramos
1944 - Benjamim Silva
1945 - Não houve
1946 - Iraci Washington do Rosário
1947 - Nilton Borelli
1948 - Francisco Gonçalves
1949 - Carlos Rebelo Silva
1950 - José Moisés
1951 - Rubem Braga
1952 - Rui Moraes
1953 - João Freitas
1954 - Hélio Athayde
1955 - José Ramos Penedo
1956 - Víctor Finamore
1957 - Darcy Monteiro
1958 - Joaquim Leão Neto
1959 - Jair Ramos
1960 - Ary Garcia Roza
1961 - Christiano Rezende
1962 - Homenagem póstuma a Newton Braga
1963 - Maria Penedo
1964 - Paulo Soares
1965 - Frei Antolim Rodrigues
1966 - Walter Paiva
1967 - Roberto Carlos Braga
1968 - Gabriel Imperial
1969 - Raul Sampaio Cocco
1970 - Ernane Galvêas
1971 - Jece Valadão
1973 - Coronel Guilherme Silva
1972 - Carlos Imperial
1974 - Luiz Fernando Rocha
1975 - Albino Turbay
1976 - Coronel Péricles Machado Neves
1977 - Ralph Lopes Pinheiro
1978 - Sérgio Bermudes
1979 - Levy Cúrcio da Rocha
1980 - Victor Hugo Cupertino de Castro
1981 - Jamil Moisés
1982 - João Cândido dos Santos
1983 - Valério Fabris
1984 - Demisthóclides Baptista
1985 - João Baptista Herkenhoff
1986 - Jair Felix da Silva
1987 - Arnoldo Silva
1988 - Fabiano Bueno
1989 - Carlos Fernando Monteiro Lindenberg
1990 - José Eduardo Grandi Ribeiro
1991 - Marcus Viana de Rezende
1992 - Delta Madureira Filho
1993 - Osiris Lopes Filho
1994 - Romildo Canhim
1995 - Paulo de Tarso Medeiros
1996 - Ewerly Grandi Ribeiro
1997 - Dario Fernando Cruz
1998 - Déa Maria Moreira de Medeiros
1999 - José Mariano Lopes
2000 - Hércules Silveira
2001 - Moema Baptista
2002 - Amim Abiguinem
2003 - David Cruz
2004 - José Carlos Dias
2005 - José Américo Mignone
2006 - Henrique Melo de Moraes
2007 - João Gilberto Machado
2008 - Henrique Geaquinto Herkenhoff
2009 - Michel Misse
2010 - Luiz Carlos de Freitas (Batata)
2011 - Anna Graça Braga de Abreu
2012 - Sérgio Garschagen
2013 - José Sérgio Franco
2014 - João Eurípedes Franklin Leal
2015 - Fernando Sérgio de Melo Portinho
2016 - José Eduardo Moreira
2017 - Acacio Moraes Frauches
2018 - José Eduardo Coelho Dias
2019 - Neuza Maria Brunoro Costa
2020 e 2021 NÃO HOUVE (Covid-19)
2022 - Maria da Conceição Castelar de Souza
2023 - Aloísio Secchin Santos
por Marcos Leão