Hospital Santa Casa presta contas da gestão - Jornal Fato
Cidades

Hospital Santa Casa presta contas da gestão

Números do balanço oficial da instituição foram apresentados pelo conselho hospitalar ontem na Câmara de Cachoeiro


 

 

Representantes da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim estiveram ontem na sessão ordinária da Câmara Municipal esclarecendo temas relacionados à gestão da instituição, debatidos em sessões anteriores pelos vereadores, quando médicos cruzaram os braços por causa de salários atrasados.

 

O presidente do Legislativo, Júlio Ferrari (PV) afirmou que a saúde sempre esteve em crise em todo o país, e fez vários questionamentos, entre eles sobre a terceirização de cartão-saúde.

 

"Sabemos que na Santa casa faltam leitos e vagas em UTI, por exemplo, e que isso ocorre em todo o Brasil. Mas há casos e casos. Qual é o papel da terceirização, do cartão-saúde, da aquisição de exames e do sistema de oftalmologia Santa Casa? Se a instituição assumisse esses serviços, não aumentaria a receita? E por que, havendo dívida da Santa Casa em Cachoeiro, houve investimento na Santa Casa de Castelo? É preciso uma reflexão sobre isso, e estamos prontos a debater o tema", questionou Ferrari.

 

A superintendente do hospital, Nercedes Canal, apresentou, com números do balanço oficial da instituição que passam por auditoria independente e pelo conselho, resultados conquistados pela Santa casa desde 1999, quando foi fechada por 45 dias e vivia um período de descrédito e respondeu aos questionamentos do presidente Júlio Ferarri.

 

"A terceirização foi um recurso implantado em 2001, porque a Santa Casa não dispunha de estrutura médica e técnica para realizar alguns serviços e nem a manutenção dos equipamentos. O cartão-saúde é gerido por uma empresa que atua nacionalmente, que nos deu a mão numa hora em que ninguém mais fez isso. Recebemos uma comissão sobre a venda, que varia de R$ 35 a 40 mil por mês. Para a gente seria inviável assumir esse cartão por causa dos custos. Sobre a oftalmologia, desde que o município construiu o Instituto dos Olhos, o serviço saiu da Santa Casa e foi para lá, o que nos desagradou. E o Instituto dos Olhos não recebe o paciente que encaminhamos para lá, portanto somos obrigados a pagar pelo atendimento em consultórios médicos particulares para alguns casos. Sobre a terceirização de exames, até hátrês anos, a Superintendência tinha que comprar procedimentos e, para desburocratizar o processo, nos pediu que fizéssemos a aquisição diretamente, incluindo o valor no preço pactuado na contratualização", explicou Canal.

 

Em relação à administração do hospital de Castelo, o integrante do conselho da Santa Casa, Dimas Magnano, disse que a instituição assumiu o hospital castelense por solidariedade, pois estava prestes a fechar as portas.

 

"A gestão e a contabilidade são totalmente independentes. Em comum, existe apenas o trabalho de dois ou três funcionários. No final do mês, a Santa Casa de Castelo repassa cerca de R$ 30 mil para Cachoeiro. Não há nenhum prejuízo, pelo contrário, acho que é um grande mérito para a Santa Casa de Cachoeiro", afirmou Magnano.

 

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