Paulo Cezar Farias, conhecido como "PC Farias", foi o tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor de Melo, em 1989. Collor venceu a eleição em segundo turno com o então candidato Luis Inacio Lula da Silva. Este, que na época era deputado federal, assim que Collor assumiu a presidência da República, em 1990, começou uma verdadeira caçada ao trono de Collor.

Juntamente com seu fiel escudeiro, o também deputado federal José Dirceu, futucaram tanto que acabaram achando uns segredinhos de Collor. Aliás, é bom que se diga, o segredinho descoberto por Lula e Dirceu para encabeçar o impeachment de Collor foi exatamente um esquema de corrupção junto a empreiteiras, só que era um "negocinho", perto do petrolão.

Era merreca; mixaria. Mas, para os deputados Luis Inacio Lula da Silva e José Dirceu - supostos guardiões da moralidade, da honestidade - a simples reforma da Casa da Dinda, onde Collor morava, em torno de 40 mil reais hoje, pagos por uma empresa privada, era motivo suficiente para depor Collor.

O tesoureiro da campanha de Collor, PC Farias, era xingado de "ladrão" em todos os discursos da dupla Lula e Dirceu. Em seus discursos inflamados na Câmara dos Deputados, esses dois mesaleiros e petroleiros diziam que Collor era "o maior ladrão da história", e que PC Farias era uma "ratazana" que deixou de declarar cerca de um milhão e meio de reais de doações de campanha.

E não é que eles conseguiram o que queriam. Lula e Dirceu orquestraram o pedido de impeachment de Collor e articularam a votação para o processo, antes que Collor renunciasse. A vingança por ter sido derrotado na eleição presidencial de 1989 estava concluída. Collor foi posto para fora do Planalto e seu tesoureiro "ratazana" fugiu do Brasil para não ser preso - até mesmo porque foi abandonado por Collor.

E quis o destino que no dia 02 de dezembro de 1993, portanto, um ano depois de Collor ter sido impedido porque em seu governo havia "tráfico de influência", PC Farias foi preso na Tailândia. Em 1996, foi encontrado morto - uma morte até hoje inexplicada.

Agora, 22 anos depois, não é que a "maldição de PC Farias" vai se concluindo também. José Dirceu já está na cadeia, e por lá deve ficar bastante tempo. Lula está com um pé na cadeia também, é só "uma questão de tempo", como declarou um dos procuradores da Operação Lava a Jato.

E exatamente no dia 02 de dezembro de 2015, uma quarta-feira cinzenta, as portas do inverno foram abertas para o PT, com grandes chances de Dilma Rousseff deixar o Planalto da mesma forma que Lula e Dirceu articularam para Fernando Collor de Melo deixar.

Ops! Mas, e Fernando Collor, por onde anda que não comenta a possibilidade de Dilma sair do Planalto pela mesma porta dos fundos que ele saiu? Ah, não pode. Afinal, mesmo tendo sido humilhado pelo PT de Lula e Dirceu, depois de se eleger senador tratou de pular para o lado do PT, afinal, já sabia o caminho das pedras, e a roubalheira agora seria maior. E não será novidade nenhuma se Lula e Collor daqui a pouquinho forem se juntar a Dirceu na carceragem da Polícia Federal. Afinal, a maldição de PC Farias paira sobre o Planalto, Lula e Collor.