Fraternidade e a superação da violência - Jornal Fato
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Fraternidade e a superação da violência


Eis o lema da Campanha da Fraternidade deste ano. A Igreja Católica apresenta, a cada ano, no período da quaresma, um tema social para ser refletido e debatido, e um chamamento dos fiéis à conversão. Em geral temas que se adéquam ao que é vivido pelo povo, com o objetivo de apresentar e discutir nos meios de comunicação, nas igrejas e nos grupos de reflexão, para que sejam apresentadas possíveis soluções que atendam as necessidades prementes de todos. Durante quarenta dias o assunto é exaustivamente apresentado objetivando a sensibilização dos autores políticos e demais, capazes de conduzir soluções. Alguns dos temas das campanhas anteriores causaram grande impacto na sociedade, como: Dignidade humana e paz; Por um país sem exclusões; Vida sim, drogas não; Fraternidade e povos indígenas, Fraternidade e pessoas idosas, entre outros.

 

A Quaresma é um período em que os católicos são orientados a aumentarem a sintonia com o espírito, através de orações, penitências e jejuns - remetendo aos quarenta dias de Jesus no deserto preparando-se para a vida pública, ou aos quarenta anos do povo judeu atravessando o deserto, fugindo da escravidão e em busca da terra prometida. Lembro-me que na minha família não se comia carne nas sextas-feiras da Quaresma, o que hoje se restringe à Sexta-feira da Paixão. Algumas pessoas fazem jejum de chocolates, doces ou refrigerantes, de internet, de língua e outros mais. Tenho lido textos do Papa Francisco exortando a atos concretos de caridade em substituição ao jejum, como sorrir para os irmãos, lembrar ao outro o quanto o ama, agradecer por tudo, cumprimentar carinhosamente as pessoas, ajudar a quem precisa, reconhecer as qualidades do outro e dar tudo aquilo que não mais se usa. Entende-se, mediante as sugestões do Papa, que não tem sentido fazer jejum de carne, e continuar insensível às necessidades dos irmãos.

 

A campanha da Fraternidade deste ano contempla um dos problemas mais graves que o nosso país enfrenta, o número de homicídios supera aos dos países em guerra, em geral atingindo as classes menos favorecidas e as minorias raciais e de gênero, enfim, os miseráveis que sangram e choram pedindo justiça. Há necessidade de que se busque soluções e que haja envolvimento de toda sociedade, já que a Segurança Pública sozinha não consegue atender o clamor do povo por segurança e paz.

 


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