Marcas eternas - Jornal Fato
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Marcas eternas


Algumas pessoas, lugares e fatos nos causam boa impressão e trazem boas lembranças.

 

Há personagens, contudo, que causam arrepios e provocam desconforto. São sombrios e tornam desagradável qualquer ambiente. E geralmente se julgam acima do bem e do mal, estabelecendo uma hierarquia curiosa, mas não incomum.

 

Em primeiro lugar elas, em segundo Deus, e em terceiro o resto, que seríamos todos nós, simples mortais. Só para deixar bem claro: se colocam acima de Deus, como se o Todo Poderoso tivesse que se dobrar aos seus caprichos e realizar todos os seus desejos.

 

Deus seria um Aladim com sua lâmpada maravilhosa. A diferença é que dessa vez não seriam apenas três desejos, mas um número infinito deles, a qualquer tempo e hora, ao gosto do freguês.

 

E é pensando numa pessoa que considero de alma leve e especial, apesar de tê-lo encontrado pessoalmente apenas uma vez, que escrevo esse último artigo do ano. Foi daquelas pessoas que cruzam despretensiosamente o nosso caminho, mas deixam marcas profundas.

 

Estou falando do querido D. Célio de Oliveira Goulart, que está entre as exceções de religiosos que conheço, ou que simplesmente analiso, de perto ou de longe, pelos frutos que vão deixando ao longo do caminho. Preciso admitir que alguns são podres e cheiram muito mal.

 

Mas hoje especialmente quero que esses fiquem em 2017, apesar de saber que estarão firmes e fortes no novo ano. Mas queria de verdade que só passassem para 2018 os que deixam um cheiro suave e tornam o fardo mais leve com suas doces presenças. 

 

Felizmente ainda temos líderes religiosos que não se julgam o próprio Deus. Que cumprem o IDE de Jesus sem se colocar, abusiva e arrogantemente, acima do rebanho que pastoreiam. Que mantêm a humildade, mesmo diante de todo o poder que o cargo lhe confere. Que não se deslumbram com o paparico de políticos e poderosos de todas as esferas. 

 

Talvez esteja equivocada. Talvez D. Célio tenha me enganado direitinho. Mas quando soube que em sua posse não foi para um jantar preparado para poucos enquanto não cumprimentou o último fiel que foi recebê-lo na Ilha da Luz, que ia ao barbeiro e fazia questão de ir à padaria (encontrei com ele algumas vezes nesse percurso, com toda a sua humanidade, gente comum, que passaria despercebido se não o conhecesse), creio que não estou enganada.

 

Então tenho desejos de Ano Novo. Que políticos e religiosos não se coloquem acima de Deus. Que respeitem a todos os cidadãos e não pisoteiem os direitos do povo. 

 

E finalmente, desejo saúde a D. Célio, um religioso de fé diferente da minha, mas que me fez recuperar a esperança de que nem tudo está perdido. 

 

Que 2018 atraia pessoas de alma leve e cheiro suave. Feliz Ano Novo.

 


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