As nossas tristezas, as nossas preocupações e os nossos pesares nascem de nós mesmos

Romain Rolland

O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim Victor Coelho (PSB) chegou a ponto crítico de sua gestão. Enfrenta, por assim dizer, a primeira crise crida por seus próprios méritos - ou deméritos - situação que põe em teste a sua capacidade política.

 

Victor tem boas intenções, mas foi extremamente infeliz ao se afastar da transparência que ele mesmo apregoava e enviar para a Câmara, sem prévio aviso, um pacote de bondades com seu secretariado, sobretudo os que moram na região metropolitana.

 

Bem fez o vereador Higner Mansur (PSB), que sequer compareceu ao Palácio Bernardino Monteiro para conhecer a proposta, pois, ainda que fosse, como foram todos os demais parlamentares, não a conheceria.

 

O prefeito preferiu divulgar o que julgou ser positivo. Omitiu o reajuste dos salários dos comissionados e estabelecimento de abono para os que moram longe.

 

Mansur não foi ao encontro e mesmo assim soube junto com seus pares, apenas no dia seguinte, das intenções palacianas, com a chegada a proposta à Câmara.

 

E já se manifestou contrariamente ao abono e, provavelmente, se atentará a algumas imprecisões importantes.

 

O próprio corte de 100 cargos comissionados - que agora são 494 - representa economia alguma em relação ao que já ocorria ao menos nos últimos quatro anos, quando não se chegou a esse nível de ocupação das vagas.

 

Dar ao que já acontecia ares de novidade é algo recorrente, aliás, que vem desde a campanha. O anunciado aumento - no decorrer do mandato - de dois pontos percentuais nos investimentos em Saúde e Educação vão, apenas, cristalizar o que já era feito.

 

Também é falaciosa a afirmação de que vai se economizar com o estabelecimento de auxílio aos secretários que vêm de longe em R$ 1,7 mil, pois, pela lei atual, pode-se conceder até mais de R$ 2 mil. Não há economia porque simplesmente antes pouco ou nada se usava.

 

O pacote da reforma administrativa indica o que o prefeito pretende para os próximos quatro anos e até mais. No entanto, é preciso dar a ele a dimensão que real, sem malabarismos contábeis para criar economia onde ela não existe.

 

Esse será o desafio do prefeito nas próximas sessões. Explicar aos vereadores, ao funcionalismo e à população em geral, como, efetivamente, a reforma administrativa trará ganhos para o município e não apenas para seus gestores de confiança.

 

Sobe

 

Gastronomia

 

O já tradicional Giro Gastronômico da Semana do Rei terá a participação de 34 bares e restaurantes da cidade, que servirão até 1º de maio, pratos especiais com nomes de canções de Roberto Carlos. A iniciativa, promovida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec), tem o objetivo de valorizar a culinária local.

 

Desce

 

Gaviões

 

Eles são, ainda, investigados, mas caiu como uma bomba a delação do ex-diretor regional da Odebrecht, Renato Amaury Ribeiro, que põe na berlinda o secretário estadual de Assistência social, Carlos Casteglione (PT), o advogado José Irineu, que teriam pedido R4 2 milhões e recebido R$ 640 mil para eleger Rodrigo Coelho deputado em 2014. Gavião é o codinome da operação no departamento de propinas da empreiteira.

 

Mas, hein?!

 

Com tantos delatados prestes a serem deletados da vida pública, quem vai restar de pé?

 

DESTAQUE. No bairro Aquidaban um aviso: proibido roubar morador. O índice de violência, pelo visto, é alto nesta escadaria

 

Vias de FATO

 

As condições das obras já executadas e abandonadas na Vila Olímpica de Cachoeiro representam prejuízo de algumas centenas de milhares de reais para o cachoeirense.

 

Depois de um início distante, o prefeito Victor Coelho (PSB) busca cooperação do governo do Estado dar aos guardas municipais a capacitação necessária para continuarem armados.

 

Seria a contrapartida pela cessão de servidores municipais disponibilizados para departamentos da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

 

Em Vargem Alta o prefeito João Altoé (PSDB) vai, aos poucos, buscando dar ritmo melhor à sua gestão.

 

Todos teriam a ganhar se o empresariado perceber que apoiar a imprensa, para que seja mais forte e isenta, é o caminho para diminuir as mazelas do poder público.