Fotógrafo leva imagens do estado para o mundo - Jornal Fato
Cultura

Fotógrafo leva imagens do estado para o mundo

A Universidade de Salamanca selecionou Julio Cesar Pires entre mais de 50 fotógrafos de todo o Brasil


As imagens foram registradas entre as cidades de Marataízes e Itapemirim - da região de Lagoa Dantas até o Pontal

 

Depois de apresentar exposições bem sucedidas no Brasil e no Chile, o cachoeirense Julio Cesar Pires apresenta LABOR, série que o premiou como Artista Residente de 2017 de uma prestigiada instituição espanhola.Fotógrafo formado em Comunicação Social e pós graduado em Estéticas das Mídias pela PUC São Paulo, Julio Cesar Pires leva as paisagens e o povo capixaba para a Europa com seu novo trabalho.

 

Composto por 35 imagens, todas produzidas no sul do Espírito Santo durante cinco anos, LABOR retrata o trabalho de pescadores na divisa entre as cidades de Marataízes e Itapemirim, onde o rio Itapemirim encontra o oceano atlântico. Escolhido entre mais de cinquenta projetos, Julio Cesar apresenta na Universidade de Salamanca, Espanha, a exposição considerada pelo fotógrafo uma homenagem ao Espírito Santo.

 

"A força que os pescadores têm para enfrentar todos os tipos de adversidades (no trabalho e na vida) sempre foi algo muito inspirador desde criança; a forma com que eles dominam e conhecem algo tão gigante e imponente como o mar é, por si só, uma grande metáfora", disse o artista, que também fala da beleza da região.

 

"Também tem a questão da beleza da região, aquele lugar de encontro do rio Itapemirim com o mar, sempre foi motivo de reflexão e encantamento porque me faz refletir sobre o curso natural de tudo, sobre a relação que temos com os encontros (e desencontros) da vida, e sobre a nossa forma de buscar o nosso próprio lugar no mundo", disse.

 

Mesmo sendo um trabalho de fotografia documental, as imagens desta exposição ganham textura que remete muito ao surrealismo, o que se deve a técnicas apuradas e especificas de enquadramento, onde alguns elementos tomam proporções gigantescas ou minúsculas e o céu - elemento muito presente - serve como o plano de fundo ideal para a abstração das cenas, sempre com nuvens muito marcadas e polarizadas.

 

"Todas as imagens da exposição já existiam previamente no meu imaginário, elas apareciam pra mim através de sonhos ou em flashes durante situações aleatórias do dia-a-dia; obviamente não com as mesmas pessoas que registrei e que ajudaram a compor as fotos, mas o céu, a luz, a condição da maré e todos os outros detalhes eu já havia visto anteriormente, eu já sabia como e onde eu iria conseguir fazer aquela fotografia e os prováveis horários que a luz estaria como apareceu pra mim. Precisei visitar e revisitar esses lugares por cinco anos até conseguir reunir o corpo de trabalho da forma que eu havia imaginado".

 

Ele percorreu os mesmos lugares entre as cidades de Marataízes e Itapemirim - da região de Lagoa Dantas até o Pontal - esperando e quase caçando a fotografia que um dia apareceu para ele em sonho, como diz.

 

Em cartaz de 03 a 31 de julho, a exposição é uma realização da Universidade de Salamanca, um importante pólo de produção cultural e acadêmica no mundo que selecionou Julio Cesar Pires entre mais de 50 fotógrafos de todo o Brasil. A Universidade de Salamanca é uma instituição espanhola de ensino superior pública, a mais antiga da Espanha e a quarta fundada na Europa, posterior somente às universidades de Bolonha, Oxford e Paris.

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