Abusos sexuais contra crianças preocupam em Vargem Alta - Jornal Fato
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Abusos sexuais contra crianças preocupam em Vargem Alta

Alunos de 28 escolas do município vão receber equipes do Creas, além de uma caminhada para alertar sobre o assunto


Rafaela Thompson

Os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Vargem Alta, no sul do Espírito Santo, são alarmantes. Apenas neste ano, já são quatro registrados pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). As vítimas têm entre 6 e 16 anos. Uma delas, estuprada, engravidou.

Os números continuam próximos da elevada média registrada pelo Creas no ano passado, quando foram registrados 15 casos, 12 de abusos e três de estupros. Entre as vítimas, uma criança de 3 anos. Também em 2017, houve caso de gravidez após estupro.

Os crimes foram registrados com maior incidência nas comunidades de Castelinho, Fruteiras, Vila Maria, Centro e Taquarussu. Na maioria, os abusadores são pessoas próximas à família da vítima, como avô, pai, tio, amigos, vizinhos, padrastos e irmãos mais velhos.

Para tentar mudar a situação, o Centro de Referência aposta na informação. Durante todo mês de maio, promove ações em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio.

Segundo a assistente social do Creas, Rakel Mônika Martins, na sexta-feira (18), ápice da campanha, às 14h00, haverá caminhada para chamar atenção da população referente ao assunto. Os participantes vão percorrer as ruas principais do centro da cidade, saindo da Rodoviária.

"Precisamos falar sobre esse crime. Alertar aos pais, família, escola, a sociedade em geral. A caminhada é uma forma de divulgar um assunto que ainda está cercado de medo", comentou.

Campanha intensificada nas escolas

As ações nas escolas durante este mês serão intensificadas, segundo a psicóloga do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Vargem Alta, Larissa Scarpi. Ao todo, 28 escolas, entre municipais, estaduais e particulares vão receber as equipes.

"Fazemos trabalho durante todo ano, mas, neste mês vamos distribuir livros que contam de forma lúdica como as crianças podem se livrar de um abusador. Além de palestras e ações voltadas para cada faixa etária".

Raquel conta que os já elevados índices de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser ainda maiores. "Estamos falando de uma cidade de interior, onde nem todos têm acesso às informações sobre estes casos. A maioria deixa de denunciar por medo, dependência financeira e emocional. Esse tema precisa ser abordado, e, tanto as vítimas quanto as famílias precisam saber que elas podem contar com o Creas".

Sinais de alerta

Segundo a psicóloga do Creas de Vargem Alta, Larissa, o indicador principal de que uma criança ou adolescente possa estar sofrendo abuso sexual é a mudança de comportamento, que precisam ser notadas pela família ou educadores.

"Isolamento, irritabilidade, choro sem causa aparente, estresse, queda no rendimento escolar e outros sintomas podem alertar para que algo errado esteja acontecendo".

Outros sinais como; dificuldade para dormir ou andar, dores ou inchaços nas regiões genitais ou anais, lesões, sexualidade aflorada, vergonha excessiva, fugas de casa, rebeldia, autoflagelação, também podem indicar violência sexual.

Como denunciar

Um familiar, educador, vizinho, ou a própria vítima podem procurar a polícia, ou ir diretamente ao Creas ou Conselho Tutelar do município e denunciar os abusos.

Além do apoio psicológico, as equipes vão fazer todo processo de registro de boletim de ocorrência, exames de corpo de delito e outros processos essenciais nestes casos. 

Caso a vítima more com o abusador, ela pode ser encaminhada para casa de um parente, um abrigo provisória ou até mesmo contar com o aluguel social, que é pago pela prefeitura até que a família da criança se reestabeleça.

Denuncie!

Caso haja um caso de violência sexual à crianças e adolescentes próximo à você, denúncias podem ser feitas pelo 181, 28 3528-1528 / 28 99902-5895 (Creas) e 28 3528-1509 / 28 99989-1114, não é preciso se identificar.

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