CONEX�O MANSUR Ano 6 "? nº 271 - Jornal Fato
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CONEX�O MANSUR Ano 6 "? nº 271


Hoje, O Povo na Praça

Higner Mansur

Começo a crônica semanal falando da última quinta-feira, 20 de junho mas falando de trás pra frente, de acontecimentos mais recentes para os tardios; da noite para a tarde.

Começou que, pelas 21 horas da quinta, liguei a TV Senado e fiquei por lá um bocado de tempo: aparteando o senador Cristovam Buarque, falava o Senador Pedro Simon, dos grandes homens públicos do Brasil, no alto de quase noventa anos de dignidade pessoal e política. Simon dava ao plenário minguado do Senado "" uns cinco senadores "" aula de democracia, competência, coragem e verdade. Ã? altura em que peguei o discurso, dizia ele que nossa presidente Dilma se esconde nos dias da agitação que varre o Brasil, para chegar à conclusão de que ela era, apesar do passado de coragem e de luta, uma presidente incompetente e que UNE e a CUT, amarradas aos cofres da Funcef e da Previ (planos de aposentadoria da CEF e do BB), estavam caladas por isso, envergonhando aquelas instituições e seus passados de glória. Ã? verdade.

Ao mesmo tempo em que dizia verdades absolutas e verdadeiras, Simon elogiava os jovens "" principalmente os jovens "" que se levantaram e se levantam, mesmo sem lideranças, em favor de um país sério e livre da corrupção gigantesca que abarca as instituições públicas brasileiras de alto a baixo.

E é a partir daqui que desço das 21 horas, e chego a pouco antes e a pouco depois das 18 horas da mesma quinta-feira, agora em Cachoeiro, quando milhares de jovens vieram às ruas com ordem e alegria (em que pese poucos vândalos) para dizer às autoridades, frente à Prefeitura de Cachoeiro, e em todo o trajeto, que basta de corrupção e de falta de compromisso com a sociedade.

Do alto de 65 anos de idade, confesso que estava desanimado com a possibilidade de ver um dia os jovens deixarem de se preocupar só com suas carreiras e cursos e retornarem aos exemplos daqueles que apanharam na Revolução de 1964 e foram às ruas, tanto no "Diretas Já"?, como no incrível movimento da juventude do "Fora Collor"?. E abro parênteses para dizer: os detentores do poder no Brasil, sejam quais poderes forem, devem colocar as barbas de molho, pois o "V"? de Vingança, por tantas esperanças frustradas depositadas neles, pode estar vindo.

Mas, além de tudo "" é isso que me honra, e honra muito "" é ver que estavam naquela massa digna, uma multidão de jovens bem mais novos do que os 18 anos de idade, a se levantarem e aplaudir honestamente o levante dos brasileiros; jovens como minhas netas, como suas amigas e como filhos e filhas de tanta gente que conheço e que não conheço e que estavam adormecidos.

P.S. Em adendo à crônica, vai essa convocação para hoje, sábado, 22 de junho, 11 horas da manhã: Vamos ao Teatro Rubem Braga, na Beira-Rio, descer a Rua Bernardo Horta, glorioso cidadão cachoeirense, em nova concentração pacífica na Praça Jerônimo Monteiro. Quem sabe 20.000 jovens em maioria, o mesmo número dos que puseram abaixo o finado Presídio Federal de Segurança Máxima, que a cidade derrubou, contra o interesse manifesto de alguns e o silêncio covarde de outros homens públicos.

De Saco Cheio

 

 

Higner Mansur

As manifestações de rua das diversas classes sociais que estão levantando a moral do brasileiro, em contraposição à roubalheira que se institucionalizou no Brasil, estão se alastrando. Se Deus quiser, haverão de se alastrar muito mais, para afastar, senão definitivamente, ao menos o suficiente a permitir a respiração do tecido social da nação, enquanto metemos no xadrez ao menos uma meia dúzia de ladrões do erário.

Qualquer idiota sabe que todas as vezes que a multidão se junta para defender a coisa pública ou o que for, acontece de alguns aloprados irresponsáveis criarem confusão, promoverem saques e quebra-quebras, para se aproveitarem da situação e, em algumas vezes, desmoralizar o movimento.

Ã? o que de certa forma tem acontecido com o atual movimento popular contra a corrupção e os podres poderes brasileiros. Basta um quebra-quebra pequeno ou grande em uma muito maior e ordeira manifestação cidadã para que arautos do atraso, quase todos pendurados nos cabides dos governos, saiam com essa de desmoralizar a manifestação, como se fosse ela a responsável pela bandidagem "" e não é. Responsável é quem exerce o poder e não tem capacidade gerencial.

Tenho uma teoria. Como os ladrões da coisa pública não são presos, e como a presidente Dilma afastou por suspeita de corrupção quase uma dúzia de ministros e sequer abriu investigação que honre o nome, pequenos ladrões, baderneiros e aloprados entenderam que também têm carta branca para roubar e destruir o patrimônio público.

Vão todos à merda.

 

Calando a Boca de Meio Mundo

Pedro Ernesto Fagundes

Hora de refletir: a DEMOCRACIA é feita de muitas opiniões e ideais que, mesmo divergentes, se expressam de diferentes maneiras. Entre elas a IMPRENSA e os PARTIDOS POLÃ?TICOS.

Se você não gosta de um órgão de imprensa não leia ou não assista. Detesta os partidos? Vote nulo. Agora agredir profissionais da imprensa ou impedir pessoas de levar suas bandeiras para as manifestações tem um nome: FASCISMO!"?

(Diz Higner Mansur: palavras das mais ponderadas, corajosas e honestas que vi no facebook essas do Pedro Ernesto. Abaixo a intolerância pessoal, suba a honestidade e discutam-se ideias, somente ideias).

Festa de Cachoeiro "" Ambiente cultural

Thalyson Inácio de Araújo Rocha

O meio ambiente, por opção constitucional, possui vários aspectos, dentre eles destacamos o ambiente cultural. A cultura de um povo, suas tradições e costumes, compõem o seu patrimônio cultural e, por este motivo, recebe guarida constitucional. A proteção à cultura de um povo, e dentre essa, as formas de expressão, criação, vivência, tradições, deveriam ter mais espaço nas festas municipais. No mínimo, deveria ser dada maior ênfase às próprias raízes.

O tema da Festa de Cachoeiro de 2013 é "Emoções e Tradições"?. A data tão esperada pela capital secreta vem sempre recheada de surpresas. Este ano o tema surpreende, parece ter encontrado o verdadeiro sentido da festa "" foco em nossa cultura, em nosso povo, em nossas tradições, para festejar o que somos "" aliás a festa é nossa. Com certeza, várias serão as atividades com objetivo em nossa cultura, no artesanato e na apresentação de artistas de nossa cidade. Até aí tudo bem, tema melhor não haveria de ser encontrado.

Contudo, merece destaque, como bem alertado: não fosse o "tempo das vacas magras"?, os artistas de nossa terra não teriam vez. O que é uma pena. Falta bom senso, falta planejamento. Porque não equilibrar as coisas?

Quando tudo vai bem, o dinheiro escorre pelo ralo. Se se traz gente de fora, não deveria deixar de investir nos artistas de nossa terra, até como forma de intercâmbio cultural, o que infelizmente não se fez. Quando vai mal, apela-se àqueles que outrora renegaram, para salvar a pátria. Enfim, é a vida e os seus misteriosos jeitos de ensinar. Isso tudo deixa uma lição: aproveitar a oportunidade de nos aprofundarmos em nossa própria cultura, em nossas raízes. Aproveitar o que, por ironia do destino, veio a calhar agora. Mesmo que outrora este não fosse o final escolhido, refletir sobre o que realmente é importante para o povo é necessário. Desta vez acredito que não teremos o famoso "pão e circo"?. Teremos a oportunidade de nos conhecer, adentrar em nossa cultura municipal, em nossas tradições.

Ã? aquela história de escrever certo nas linhas tortas.

 

Exposição Agropecuária

Higner Mansur

Ano passado, em lance incrível de auto-suficiência, a prefeitura de Cachoeiro tomou dos agropecuaristas a Exposição Pecuária, tradicional festa que corria paralela aos festejos da cidade, em 29 de junho, há meio século. Não passou um ano e os do poder político local agora passam pelo vexame de deixar perder o mais tradicional acontecimento da festa de Newton Braga, local de reunião da família cachoeirense, ao qual foram se agregando outras manifestações culturais, como a Feira da Bondade, também outrora tradicional e popular e, agora, pela incompetência, também não será realizada.

Bom exemplo do porquê a administração pública deve se voltar para suas atividades, que aliás quase não cumpre, deixando à atividade privada coisas da iniciativa privada. Que vergonha.

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