"Vozes pediram para eu matar?, diz madrasta
A mulher, presa no início do mês pela morte do enteado de apenas três anos, deu nova versão para o crime
A madrasta que confessou ter matado por asfixia o enteado de apenas três anos diz que "vozes ocultas" a levaram a cometer o crime. Ela prestou novo depoimento na terça-feira, na Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV).
O caso estarrecedor aconteceu no dia 4 deste mês, no bairro Nova Brasília, em Cachoeiro. A mulher, Juliana Vicente Pereira, 25 anos, foi presa dois dias depois.
A madrasta de Samuel já havia dito, no primeiro depoimento, que foi acidente. Ela confessou que matou o menino após tê-lo abraçado com muita força, impedindo-o de respirar e que não havia medido a força do abraço e nem percebido que o estava asfixiando.
Entretanto, o laudo cadavérico emitido pelo Serviço Médico Legal (SML) chamou a atenção da equipe da DCCV, pois nele constava que a criança teve lesões significativas na boca e no nariz, contradizendo assim a madrasta.
Por este motivo, o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, responsável pelo caso, intimou a mulher para um novo depoimento que foi filmado. Juliana, desta vez confessou que, de fato, comprimiu o nariz e a boca do menino até que ele morresse.
A motivação do crime deixou surpresos os policiais. "Ela disse que vozes ocultas, vozes do além a mandaram matar o enteado. E que não era sua intenção, mas que uma voz muito forte a impulsionou a cometer o crime".
O delegado, no entanto, tem outra explicação para o brutal assassinato. "Achamos que a motivação está relacionada ao pagamento da pensão alimentícia que o seu companheiro Eliú, pai da vítima, fazia a Samuel, causando prejuízo ao filho que Juliana tinha com o Eliú", disse.
Com a confissão de Juliana, a previsão do delegado responsável pelo caso, é que o inquérito sobre o assassinato da criança seja concluído ainda nesta semana.
Juliana segue presa no Presídio Feminino de Cachoeiro de Itapemirim, onde aguarda julgamento.