Moradores e comerciantes reclamam da insegurança - Jornal Fato
Polícia

Moradores e comerciantes reclamam da insegurança

Falta de policiamento e delegacia fechada à noite e aos finais de semana tem contribuído para o alto número de crimes


Moradores e comerciantes de Castelo, segunda maior cidade do sul do Estado, com cerca de 40 mil habitantes, reclamam da falta de segurança. A companhia da Polícia Militar do município tem apenas duas viaturas para patrulhar a área urbana e mais de 100 comunidades rurais.

 

Para piorar a situação, a delegacia fica fechada à noite e aos finais de semana, fazendo com que os militares tenham que se deslocar, nestes períodos, para a 7ª Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim, em ocorrências com conduzidos ou apreensões.

 

"É um absurdo a situação da segurança pública em Castelo. Duas viaturas não são suficientes para fazer o patrulhamento rural, escolar, de trânsito, e o trabalho preventivo e ostensivo de toda a cidade. Os policiais têm gasolina racionada, o sistema de informação (Geocontrol) das viaturas não funciona. Se houver ocorrência de grande vulto, as guarnições ficam todas empenhadas apenas nela, deixando de realizar o atendimento de outras de menor gravidade durante a noite e aos finais de semana", denuncia o ex-vereador e capitão da reserva da Polícia Militar, João Roberto Mariani.

 

No último dia 21, uma empresa de mármore foi invadida por bandidos que renderam funcionários e roubaram várias peças avaliadas em R$ 90 mil. Cinco dias depois, dois homens tentaram assaltar um bar na região central. O comerciante foi agredido e por pouco não foi baleado. Um dos criminosos, identificado como Samuel Machado da Cruz, 18 anos, morador do bairro Village da Luz, em Cachoeiro, acabou preso após ser dominado pelo dono do estabelecimento e clientes. O outro assaltante conseguiu fugir.

Na quinta-feira (28), uma loja teve a vidraça quebrada e vários produtos foram furtados. No mesmo dia um carro e uma moto foram furtados, e uma residência arrombada na zona rural.

 

Um comerciante que pediu para não ser identificado está reforçando a segurança de seu estabelecimento após ter sido alvo dos bandidos.

 

"Não tem como confiar na polícia. Esses dias havia apenas uma viatura na cidade. Agora tem duas. E mesmo assim estamos vivendo uma onda de insegurança com roubos e furtos. Por isso resolvi gastar cerca de R$ 4 mil com câmeras e alarme. Infelizmente, pago meus impostos e não vejo o retorno por parte do poder público", disse.

 

Até o mês de julho acontece à colheita de café na cidade e a maioria das casas acaba ficando vazia durante o dia, no período em que as famílias vão para suas lavouras. Mas muitos temem ser alvo dos criminosos.

 

"Há cerca de três anos, tínhamos a patrulha rural que dava mais segurança para a gente no período que estávamos na roça. Agora, com tantos casos de furtos aqui em Castelo, ficamos preocupados em deixar nossas casas a mercê dos bandidos. É preciso que nossas autoridades nos deem atenção, pois apesar de sermos do interior, também pagamos nossos impostos", reclama uma lavradora que pediu para não ser identificada.

 

Falta gente

O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, Alessandro Marin, confirmou as deficiências na segurança em Castelo, mas garante que tem realizado operações para diminuir a criminalidade.

 

"Essa situação só deve mudar a partir do momento que recebermos o reforço de homens que está prevista para o final do ano. Temos realizado operações conjuntas com a Prefeitura, vigilância sanitária e Conselho Tutelar. No que diz respeito aos comércios, vamos intensificar as operações, para tirarmos de circulação esses pequenos grupos que vêm agindo em crimes contra o patrimônio, esperando assim, uma redução nesse tipo de crime. Quero que ressaltar, que o policiamento só é reduzido no período da noite", disse o comandante.

 

Quanto o patrulhamento no interior, Marin disse que vai realizar o revezamento dos militares para garantir a segurança durante o dia, durante o período de colheita de café.

 

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