O Espírito Santo continua na lanterna do ranking nacional, com o pior salário, R$ 2.646 (Foto: Arquivo/Fato)

 

ADI-ES

 

Acumulando perdas inflacionárias desde 2008, quando foi estabelecido o subsídio para a categoria, a Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes) abre mais uma frente de batalha com o governo do Estado: vai lançar, em todo o Estado, uma campanha pela valorização salarial de toda a corporação. A audiência de conciliação com o Palácio Anchieta aconteceu nesta terça-feira (06).

A Polícia Militar do Espírito Santo acumula perdas da ordem de 43%, em uma defasagem salarial que vem desde 2008. De lá para cá, o governo do Estado, sempre lançando mão de inúmeras justificativas - de ajuste fiscal a crise econômica, de orçamento insuficiente a outras prioridades -, reajustou os subsídios dos militares sempre abaixo da inflação.

Um exemplo foi a última atualização que ocorreu em 2014, quando foi oferecido um incremento de 4,5% e a inflação acumulada para aquele ano foi de 6,4%. O Espírito Santo continua na lanterna do ranking nacional, com o pior salário, R$ 2.646. A liderança permanece com o Distrito Federal, com R$ 6.500.

Quem mais concedeu reajuste este ano aos militares foi o estado de Pernambuco (25%), seguido por Maranhão (23%). Na região sudeste, São Paulo ofereceu 7%, Rio de Janeiro 7,65% e os oficiais de Minas Gerais estão batalhando por 20%.

No último dia 29, o secretário de Estado da Fazenda, Bruno Funchal, foi até a Assembleia Legislativa prestar contas do primeiro quadrimestre de 2017. De acordo com o que foi apresentado aos deputados estaduais, o caixa do governo fechou no azul, com superávit de mais de R$ 324 milhões.

 

Atuação

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Espírito Santo tem, hoje, pouco mais de 4 milhões de habitantes. Dessa forma, cada policial militar fica responsável por proteger outros 423 capixabas, enquanto estudos indicam que o ideal seria um policial para cada 250 habitantes.

Dados recentes do Mapa da Violência no Brasil colocam o Estado na quinta colocação nacional quando se fala em homicídios com armas de fogo. Mesmo assim, levantamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) aponta que, somente em 2016, a Polícia Militar conseguiu reduzir em 15% o número de homicídios ante a 2015, apreendeu mais de 4 mil armas e prendeu mais de 8.500 traficantes e homicidas.