"Concentração de tributos favorece bandidos na política' - Jornal Fato
Política

"Concentração de tributos favorece bandidos na política'

Deputado Paulo Folleto alerta para a importância de novo pacto federativo que aloque mais recursos para que prefeituras não se tornem inviáveis


Na semana passada o deputado federal Paulo Foletto esteve em Cachoeiro em busca e estreitar laços na região - Foto: Dayane Hemerly

O deputado federal Paulo Foletto (PSB) acredita que o próximo presidente vai precisar encarar fatos espinhosos e difíceis de serem administrados, como as reformas previdenciária, tributária e mudar o pacto federativo. Sem isso, analisa, em uma ou duas eleições, só restarão bandidos interessados em administrar as prefeituras.

"Essa transferência de recurso direto para quem realiza, onde o cidadão vive e mora, onde há o problema, é fundamental para a sobrevivência dos municípios brasileiros".

Para o parlamentar a perda de tempo, a  má gestão e a corrupção que estão agregadas ao modelo de concentração e fazem com que o dinheiro caia pela metade. "É preciso que  quem entre para administrar se desapegue desse dinheiro. Se isso (pacto federativo) não for feito, não teremos gente de bem disputando as eleições daqui a dois pleitos", assinala.  Aí o bandido vem rouba a metade. Deixa pra lá. Vai ser processado pelo Tribuna de Cotas da União. Difícil conseguir fazer devolver. Rouba e leva para casa mesmo".

A burocracia na liberação dos recursos é o que mais impressiona, na visão do parlamentar. "Não cabe na cabeça de ninguém que uma verba de R$ 300 mil, que coloco para Cachoeiro, via Ministério das Cidades, o município tenha que fazer projetos, mandar para análise, planilhar, vai, volta, corrige, libera  dinheiro para a Caixa, faz o convênio, licita, e depois  torcer para não dar zebra de a firma que ganhar a licitação não quebrar no da obra".

 

Região

A ligação o deputado, natural de Colatina, com a região Sul do Espírito Santo é mais visível em Venda Nova, onde tem um irmão vereador. Ao longo de seus dois  mandatos, ajudou a equipar, com emendas parlamentares, o Hospital Padre Máximo.

A saúde, aliás, é uma das áreas em que o parlamentar, que é médico, mais atua. Para Cachoeiro, destinou R$ 1,3 milhão para os hospitais Evangélico e Santa Casa. Em relação ao último, também intermediou a junto ao governo do Estado para que assumisse a administração de instituição homônima de Castelo. também distribuiu emendas em outras áreas para municípios como Muqui, Jerônimo Monteiro e Vargem Alta.

A agenda partidária leva o deputado a  querer mais proximidade com Cachoeiro e região. Na engrenagem, falta ainda, um deputado estadual, sobre o qual, alerta a importância de eleger alguém do município para a Assembleia. "Estamos aqui num movimento partidário. O prefeito é do nosso partido. Temos uma candidatura regional. Quem pode ter um deputado do PSB lá, próximo ao prefeito e ao governador, é um triângulo capaz de trazer para Cachoeiro um benefício que neste momento, que face às necessidades e as rusgas políticas, não se avalia, mas é um lucro danado para o município", diz ele que, na semana passada esteve em Cachoeiro, no lançamento da candidatura do vereador Alexandre Bastos. 

 

Segurança

Na avaliação de Foletto, a Saúde continua sendo o 1º tema do reclames do Brasil, nos 5.570 município. Mas a segurança já ocupa o segundo lugar na maioria deles, situação que atribui ao avanço das drogas.

Ele apoia o funcionamento de sistema unificado de segurança, em que o Governo Federal distribua recursos e dê responsabilidades para as prefeituras também. Para o Espírito Santo, defende a recuperação do programa Estado Presente.

"Trata-se da  chegada do Estado. Iluminar rua, calçar, fazer esgotamento sanitário, a praça. Tem que discutir um novo modelo pedagógico para a meninada do Ensino Médio. Esse modelo não atrai mais. E se não for para a escola, ele vai pra outro lugar. É um conjunto de situações que não depende só da verba do Foletto, mas da ação do Foletto lá em Brasília, para que possa trazer o recurso do Governo Federal, para o Estado e o Governo do Estado casar ações com as prefeituras. Esse é o modelo que, na minha visão, pode contornar boa parte desta questão que que a droga trouxe", pondera.

Comentários