Hartung é empurrado para disputar a reeleição - Jornal Fato
Política

Hartung é empurrado para disputar a reeleição

A antecipação de Casagrande deve empurrar Hartung para dentro do ringue. E não para fora dele, como sonham os partidários do ex-governador


Hartung não falou, mas teve candidatura lançada pelo deputado Marcelo Santos como pré--candidato do MDB à reeleição - Leonardo Duarte/Secom

A antecipação do ex-governador Renato Casagrande (PSB) de anunciar pré-candidatura ao governo mexeu com o mercado político. Nesta terça-feira (27), dia seguinte ao anúncio, as versões sobre acontecimento que não deve ocorrer antes de 7 de abril ganharam vida nas redes sociais.

 

Todos querem adivinhar o que fará o governador Paulo Hartung, que tem na data o prazo fatal para renunciar, caso queira manter aberta a possibilidade de disputar outro cargo, que não seja a reeleição.

 

O relógio começou a contar à espera de um posicionamento de Hartung, que é capaz de dominar o tempo político como poucos. E talvez seja o único do Estado a poder escolher em qual disputa entrar, sempre com grandes chances de vitória.

 

A turma ligada a Casagrande espalha, como certa, a decisão de PH de renunciar ao mandato para tentar vaga de senador, numa invertida do que acontecia, até a véspera, com o ex-governador.

 

Essa opção, no entanto, só seria viável em acordo com o vice-governador César Colnago (PSDB), que teria de abrir mão da disputa de sua preferência, pela Câmara Federal, para levar o governo até o fim e, quem sabe, ser o candidato da situação.

 

Já os hartunguistas asseguram que o martelo já foi batido pela disputa à reeleição e pelo MDB, seu partido atual. Inclusive, o deputado Marcelo Santos, correligionário, aproveitou evento ontem, no Palácio Anchieta, com a presença de Hartung, para anunciar isso, numa clara jogada ensaiada.

 

O governador não se pronunciou diretamente sobre o tema. Aguarda o momento mais oportuno, que deve ser o último, para anunciar sua decisão. Mas, pelo tom de seu discurso, a probabilidade de que dispute o quarto mandato é bem grande.

 

Hartung diz que o Estado não pode cair em discurso populista e que vai trabalhar para consolidar o modelo de gestão baseado na responsabilidade fiscal, que resulta em projetos de governo, como a Rede cuidar, Escola Viva e Ocupação Social.

 

Olhando em perspectiva, dá para intuir: mesmo que Hartung realmente queira se dedicar ao debate nacional, no Senado, não vai abrir mão do Governo ou da oportunidade de tentar o quarto mandato se houver a mínima possibilidade de que, sem ele à frente, seu grupo seja derrotado.

 

Ou seja, a antecipação de Casagrande deve empurrar Hartung para dentro do ringue. E não para fora dele, como sonham os partidários do ex-governador.

 

É apenas opinião. Os fatos hão de se encarregar de definir tudo. Em no máximo dez dias.


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

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