Qual a proposta dos candidatos para a agricultura? - Jornal Fato
Política

Qual a proposta dos candidatos para a agricultura?

ADI-ES continua série de entrevistas e sabatina candidatos ao governo do Espirito Santo, com o tema agricultura


A Associação dos Diários do Interior do Espírito Santo (ADI-ES) faz série de entrevistas com todos os candidatos ao governo estadual. O tema desta semana é a agricultura. Um dos pontos abordados é o Caminhos do Campo, programa de pavimentação de estradas rurais, em áreas de maior concentração de agricultura familiar. O objetivo é melhorar o escoamento da produção, reduzir os custos, perdas dos produtos perecíveis, também, facilitar a mobilidade da comunidade, aumentar o fluxo de visitantes e colaborar com o desenvolvimento do agroturismo.

Outro viés, sobre o qual foram inquiridos, foram as consequências dos últimos anos sobre a agricultura com a crise hídrica e soluções para o desenvolvimento do setor agrícola.

Todos os seis candidatos responderam às mesmas perguntas. Confira na íntegra as respostas. 

 

ADI-ES - O Programa Caminhos do Campo representa um avanço na infraestrutura rural do Espírito Santo. Entretanto, o programa ainda não contemplou todos os municípios capixabas e as rodovias mais antigas já registram deficiência na manutenção. Como este programa avançará?

 

Renato Casagrande (PSB) - Vamos avançar de acordo com as possibilidades do governo, mas primeiramente darei manutenção ao Caminhos do Campo, porque a atual gestão não conseguiu fazer isso. Infelizmente, as estradas ficaram abandonadas e destruídas. E nós vamos discutindo com os municípios os trechos que precisam ser atendidos prioritariamente.

 

André Moreira (PSOL) - É fundamental que as escolhas para as estradas que cortam os Caminhos do Campo não sejam por aliança política. É preciso análise de impacto para entender se aquela propriedade precisa ser beneficiada, as estradas são para escoar os produtos, mas é preciso estimular a produção de alimentos e desenvolvimento do mercado local, a produção gera desenvolvimento e isso gera outros negócios fazendo um grande movimento econômico. Às vezes vemos muitas estradas sendo feitas para dar visibilidade ao plano de governo, e só. Vamos fazer parceria com as escolas para que eles recebam a produção de alimentos novinha, de qualidade, alimentos frescos. A estrada não é só para escoar, tem períodos que não compensa levar o produto para uma Ceasa, porque o preço está muito baixo, é preciso planejar a economia.

 

Aridelmo Teixeira (PTB) - Caminhos do Campo é uma prioridade. Se o município tem vocação para agroturismo, o agronegócio, vamos estimular isso dentro do projeto Caminhos do Campo. Depois de educação, saúde, melhoria de ambiente de negócios, vamos criar acessibilidade a que se propõe o projeto. Melhorando a acessibilidade, o ambiente de negócio se desenvolve. É muito mais barato construir um quilômetro de asfalto do que produzir uma quarta ponte que nem o Renato está prometendo. Com a quarta ponte eu acabo todo os Caminhos do Campo, meu governo não tem projeto megalomaníaco.

 

Carlos Manato (PSL) - Antes de fazer um metro de Caminhos do Campo eu vou recuperá-lo, o projeto está há mais de 12 anos ativo e ninguém o recuperou. Depois eu vou em uma coisa que vai resolver mais que Caminhos do Campo, nos dois primeiros anos de mandato eu vou fazer todas as pontes de madeira, que estão caindo, vou fazer de concreto, vou da condição do produtor escoar sua produção, vou dar acesso ao transporte escolar de buscar e levar as crianças, vou dar trafegabilidade. Vamos melhorar as estradas de barro e as pontes. Aí vamos estudar caso a caso, ver as localidades que mais precisam. Não vai ter Caminhos do Campo para amigo do governador, vai ter de acordo com a quantidade de moradores, maior custo benefício, e depois que acabar as pontes vamos partir para internet, dando dignidade ao homem do campo, levando wi-fi e telefonia móvel de qualidade.

 

Rose de Freitas (Podemos) - Tendo recurso a gente vai fazer o Caminho do Campo, mas o nosso recurso tem uma prioridade que é a escola. Eu enquanto senadora tenho trazido muitos equipamentos agrícolas para fortalecer a agricultura e o Caminhos do Campo.

 

Jackeline Oliveira Rocha (PT) - Lutaremos para que os esforços visando melhoras na infraestrutura das estradas capixabas não parem de acontecer, e, para isso, no âmbito estadual, revisaremos e adequaremos da forma mais produtiva possível o Plano Diretor Rodoviário do Espírito Santo (PDR-ES), para execução. Com isso, tomaremos ações concretas e pactuadas com a sociedade do programa de investimentos em pavimentação, recuperação, conservação e adequação de capacidade da Rede Rodoviária Estadual, com esforços contínuos também no interior do Espírito Santo

 

ADI-ES - A agricultura é o esteio da economia no interior do Estado e vem sendo prejudicada com sucessíveis crises hídricas e distorções no crédito rural. Como pretende atuar para fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar?

 

Renato Casagrande (PSB) - Vamos primeiro recuperar o Incaper, que foi fragilizado e enfraquecido nesses últimos anos, o Incaper é fundamental por causa do trabalho que é feito com os agricultores. Vamos instituir política de crédito financiados pelo Bandes e Banestes, vamos levar infraestrutura, telefonia móvel, rodovias, para dar condição do produtor ter a mesma condição de quem mora na cidade. Vamos fazer também a educação no campo, porque o atual governo infelizmente fechou muitas escolas na zona rural e isso prejudicou muito os filhos dos pequenos agricultores. Educação no campo sempre! Vamos trabalhar com associações e cooperativas para prestar trabalho aos agricultores, fazer parcerias para fortalecer a agricultura familiar.

 

André Moreira (PSOL) - Com o Bandes e Banestes fortalecidos vamos abrir linhas de crédito, dando instrumentos para o desenvolvimento agrícola, garantindo o financiamento e a compra da produção. A água é fundamental precisamos cuidar desse bem, é a água que garante a vida das pessoas, não o lucro de empresas. Sabia que somente agora, que o Espírito Santo passou de quatro milhões de habitantes que o consumo de água foi maior do que o consumo da empresa Fibria?

Eles consomem quantidade de água que daria para manter o Estado todo. A água é para o desenvolvimento da agricultura, principalmente a familiar, que é responsável por 70% da alimentação dos capixabas. Vamos fazer levantamento total da terra pública também, e retomar a terra para o Estado, fazendo um projeto de reforma agrária, onde a pessoa é dona do uso dessa terra, mas com finalidades de produção agrícola, essa terra não poderá ser vendida para algo fora do desenvolvimento agrícola.            

 

Aridelmo Teixeira (PTB) - No meu governo, vamos investir no município por vocação, favorecendo a melhoria do ambiente de negócio no campo. Vamos criar ambiente para mais empresas virem para municípios fora da Grande Vitória. Emprego gera emprego, gera consumo, consumo traz novos negócios. Vamos olhar a vocação daqueles municípios, e qualificar as pessoas de acordo com isso. 

 

Carlos Manato (PSL) - Vamos plantar água recuperando a mata ciliar, que fica próximo aos rios e nascentes, vamos facilitar de todos os modos com os órgãos ambientais, as licenças para construção de barragens. O governo fará parcerias e se precisar vai doar para a prefeitura, o produtor que não puder pagar o óleo, o Estado vai comprar dele, por exemplo, a banana que ele produz em sua propriedade, a gente vai pôr na merenda escolar a produção e em troca vamos dar o óleo para a máquina trabalhar e executar as barragens.

 

Rose de Freitas (Podemos) - Vamos valorizar a agricultura familiar, valorizar a área pública, a educação. Vamos capacitar os produtores rurais, oferecer melhores salários e condições para o desenvolvimento do campo.

 

Jackeline Oliveira Rocha (PT) - Fortalecer a agricultura familiar é um dos pilares de meu governo, que visa retomar o potencial de crescimento econômico rural do Espírito Santo, fortalecendo, protegendo nossos agricultores e desburocratizando funcionalidades que, hoje, acabam prejudicando o trabalhador do campo. É importante ressaltar, também, nossa luta contra o acesso burocratizado com a água, bem primário essencial para a potencialização da agricultura familiar. Vamos dialogar com os gestores públicos e os produtores rurais para definição da utilização dos recursos arrecadados com as outorgas onerosas em programas de conservação, preservação e recuperação ambiental e das nascentes que alimentam córregos, lagoas e rios fornecedores de água para o consumo

pessoal e produtivo.

 

 

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