Sindicato adapta peças nacionais de protesto - Jornal Fato
Política

Sindicato adapta peças nacionais de protesto

Adesivos e até outdoor são utilizados em manifesto contra a o prefeito Casteglione (PT)


 

Nos últimos meses, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cachoeiro de Itapemirim (Sindimunicipal) tem adaptado os métodos dos grandes protestos nacionais, contra o PT e a presidente Dilma Rousseff para o contesto local, também contra o PT e o prefeito Carlos Casteglione.

 

Nas últimas manifestações na cidade, em março e abril, adesivos com a frase "Fora Casteglione e leve o (deputado estadual apontado como pré-candidato a prefeito de Cachoeiro pelo PT) Rodrigo Coelho junto" foram distribuídos, parafraseando o "Fora Dilma e leve o PT junto".

 

Nesta semana, um outdoor com a frase: "Procura-se o prefeito desta cidade" ganhou repercussão. É a reprodução, em escala maior do cartaz de "Procurado", em relação à presidente e políticos petistas, visto em manifestações em Brasília e afixados em postes de São Paulo (ver no quadro).

 

Um dos anúncios, com conotação de que o prefeito Carlos Casteglione (PT) está desaparecido, está em um outdoor no bairro Gilberto Machado.

 

Salários

Segundo o presidente do Sindimunicipal, Jonathan William, o outdoor é um manifesto contra o prefeito Carlos Casteglione, que segundo ele até hoje não o recebeu para dialogar sobre o reajuste dos servidores municipais.

 

"O sindicato apresentou pauta de reivindicaçõesno dia 10 março, mas até agora o prefeito não nos recebeu. Ele está ignorando totalmente o pedido de negociação, uma vez que a data-base para reajustes foi é em abril, e já estamos em maio. Tive conversa informal com o presidente da Agersa, Fernando Moura, e com a secretária municipal de Administração, Soraya Hatum de Almeida, mas queremos conversa oficial com o prefeito", disse Jonathan William.

 

O presidente da Agersa, Fernando Moura, disse que é normal a demora em atender as reivindicações dos servidores e que a comissão de negociação, presidida por ele, sempre recebeu o Sindimunicipal.

 

"Tivemos uma reunião no último dia 24 com Jonathan William e membros do sindicato. Nós pedimos um prazo para dar uma resposta às reivindicações, e esse prazo vence na próxima segunda-feira (amanhã), data em que nos reuniremos novamente. Nos últimos anos, os municípios têm passado por dificuldades financeiras e é normal que haja demora em darmos o reajuste salarial, pois o estudo de impacto financeiro demora para ser realizado. Mesmo que saia em maio ou junho, o aumento de salários, o pagamento será feito de forma retroativa como ocorreu outras vezes", garante Fernando Moura.

 

Legalidade

 

Em nota, a assessoria de imprensa de Carlos Casteglione disse que o prefeito não vai se pronunciar sobre as manifestações contra sua pessoa em outdoor e adesivos. "Toda e qualquer manifestação é legal, e se houver alguma irregularidade será acionada a Justiça", analisa.

 

O deputado Rodrigo Coelho (PT), disse que as manifestações contra ele, estampadas em adesivos, não lhe atingem. "Isso não me afeta em nada, porque no meu mandato trabalho incansavelmente para promover a transformação da vida das pessoas", argumentou.

 

O promotor da Justiça Eleitoral de Cachoeiro, Flávio Tanure, afirma não existir ilegalidade nas manifestações em outdoor.

 

"Não vejo como ilegal o anúncio. Parece-me que o sindicato está tentando coagir o prefeito através do outdoor para que ele acate alguma reivindicação. Quanto a crime eleitoral ou propagando antecipada, isso não existe. Não há elementos que caracterizem uma propaganda eleitoral antecipada", afirmou o promotor eleitoral.

 

Legenda: Outdoor anuncia a "procura pelo prefeito", enquanto adesivo pede sua saída

 

 

Outdoor é danificado

 

Um dos outdoors que divulga a procura pelo prefeito amanheceu danificado ontem. Os autores do vandalismo não foram identificados. A polêmica se repete onde o expediente é utilizado.

 

Em São Paulo, cartazes que inspiraram os outdoors de Cachoeiro foram espalhados pela cidade trazendo anúncios com fotos de Dilma Rousseff, Lula e petistas, apontando os políticos da legenda como "procurados". O diretório estadual do partido anunciou que recorrerá à Justiça para pedir a apreensão dos cartazes.

 

O Partido dos Trabalhadores classificou os cartazes como "apócrifos e criminosos", apontando uma "evidente motivação de causar danos e constrangimentos à imagem do PT e de seus representantes".

 

Em Cachoeiro, a situação não é muito diferente. A imprensa local divulgou nesta semana que os responsáveis pela empresa de outdoors foram visitados pela fiscalização da Prefeitura que os notificaram pedindo a retirada de todas as publicações na cidade.

 

Através de nota, a Prefeitura negou.

 

"Não houve qualquer pedido de retirada de anúncios. O fiscal não tem o poder de avaliar os conteúdos dos anúncios, pois esse é o papel da Justiça. A única coisa irregular encontrada na empresa foi em relação a uma mudança recente de endereço sem os procedimentos previstos na legislação municipal", garante.

 

 

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