Por Pâmela Gualandi

 

Abrindo o coração para falar de mulher para mulher num assunto tão sério: relacionamento abusivo.

"Iaiá, quem foi que disse/ que o amor é igual gaiola?/ Fita de pipa amarrada em rabiola?/ (...) O amor de verdade/ tem valor de liberdade", como diz a letra do meu amigo-irmão Felipe Bezerra.

Ninguém vem com estrela na testa. Por isso, é tão importante conhecer alguém e, também, conhecer como é seu relacionamento. Mas como posso descobrir se vivo num relacionamento abusivo?

Seu namorado, cônjuge, crush e tantos outros nomes rotulados no parceiro: ele te sufoca com ciúmes e controla suas redes sociais, seu contato com amigos e família? Ele te põe pra baixo, falando que não gostou da sua roupa, corte de cabelo e cor? Pede pra você trocar de blusa por conta de um decote, já que não está do agrado dele? Ele não repara suas unhas, não repara se está de roupa nova, se está de batom? Não entende seus sentimentos; acha que seu choro na TPM é frescura, afinal, "nem é tudo isso".

Alerta! Alerta! Você vive um relacionamento abusivo, onde a maior parte do sentimento que há nele é posse, controle e não amor. E se não se cortar o mal pela raiz logo, ele só vai piorar. Imagina ouvir de alguém "eu não acredito em você" e você sendo sincera; ou "sua unha está mal feita", sendo que ele nem paga pra você fazer, é você quem se vira para tê-la bonita; ou, ainda, ouvir "eu vou piorar".

Acredite: ele realmente vai piorar, o seu relacionamento vai piorar.

Aí vem a pergunta que não quer calar: vale a pena deixar de ser você, autossabotar-se, para viver com alguém assim ao seu lado?

- Ah! Ele disse que vai mudar!

- Não! Ele não muda!

E cada dia a mais que você vive nesse relacionamento é um dia a menos que você vive. E depois que venham os tratamentos psicológicos.

Abandone essa vida! Se ame, faça o que te faz bem, mande flores para você, se dê bombons. Olhe no espelho e diga "nossa, como você está linda!". Afinal, o amor-próprio é o amor mais valioso e recíproco que você pode se dar.