Espero seus versos - Jornal Fato
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Espero seus versos

Espero seus versos. Ah, há quanto os espero


Espero seus versos. Ah, há quanto os espero.

E que não sejam versos pranteados, mas prateados e enormes, imensos, como tuas luas, as mesmas que vês, as duas, do parapeito onde se ajeitas, nas noites insones,

E as gotas d'água, na foz desse rio, molhem seus braços afluentes, retirando o sumo doce, desse líquido, invés do lacre, para expulsar lembranças amargas e acres, que invadem. E na mesura dessa única memória, lembre-se, com candura, de Paula, de luno e de nós. Sorris.

Ah, a quanto tempo espero teu delírio, diferente, tal como um sol poente, antes da hora, exposto ao firmamento, seus sabores, para cada quadrante da existência, onde desfile a flora de, seus amores, que te precipitam os griz sorrisos, e te ressuscitam, mais do que isso, te mantem vivo.

Que seus versos, ricos, desçam, assim, sobre ti, como a bruma lívida e cristalina desce sobre a terra, com a verve de versos que te animem, despertando-te, de um sono profundo e santo, e de repente, sem sentido, venha sobre as veias, com as luzes, sobre a pele prometida.

Fazendo, onde for, para cada rima solta, feito uma conta brilhante, em um mundo que não seja, apenas um conto, um instante breve e pouco, mas carregue um tesouro longevo. E, então, cante de tudo, até a dor.

Mas que o poema nômade que vier, de qualquer direção, e de parte alguma, pelas frestas, fale do que sejas e não sejas, e se some, anelado, as aureolas engendradas, que gravitam, ao redor desse teu imenso amor de poeta

Espero seus versos.

 

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Acredito naquilo que me faz seguir, e encerra em Minh' alma um cravo profundo, um extrato, trazendo à tona o rotundo fato de meu próprio retrato - existo e estou, um tanto tonto, com tal movimento, que se materializa, quando vou, e não fico

E ante esse andamento todo, bendita a vida que se ilumina, no breu, e a beleza que floresce, entre as pedras, que se batem, quando sopra o vento, e cujas superfícies quadriláteras e fortes, encontram-se, e depois de muitos choques, roem-se e alisam-se.

Sou feito, portanto, de cada metro fabricado nas pancadas. E digo: amo! E, então, nessa reunião, etérea, feita na matéria fixa, entre intelecto e o espírito, caminho

Desejo o senso fino, retinto, do louco e do gênio, a ensinar e aprender, como aluno e mestre, pleno e eternamente, porquanto desenho um trajeto que se eleva, e nunca finda, em direção a outros destinos.


Giuseppe D'Etorres Advogado

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