Fala, Mansur! Incentivando o Turismo - Jornal Fato
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Fala, Mansur! Incentivando o Turismo

Quem me liga de Vitória, é Luiz Trevisan, amigo dos tempos de juventude.


Quem me liga de Vitória, é Luiz Trevisan, amigo dos tempos de juventude. Foi ele quem me deu o mote para a crônica desta semana. Temos quatro bustos de bronze na Praça Jerônimo Monteiro, mas, nada obstante a importância dos retratados, a quem rendo loas, não existe em Cachoeiro aquilo que - em termos de cultura e turismo - ilumina cidades como Buenos Aires, na Argentina; Lisboa, em Portugal; Belo Horizonte em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

De Buenos Aires, mais de uma vez recebi fotos de amigos que passam por lá, sentados com Jorge Luiz Borges e Bioy Casares - estátuas em metal, turismo de alta relevância para a cidade. De Lisboa, Portugal, ainda que menos, ainda assim - de vez enquanto - alguém me manda fotos em que ele posou ao lado do grande poeta Fernando Pessoa, sentado na Praça, também em bronze. Em ambos os locais, os amigos são pródigos em elogios e não deixam de brincar comigo para ir lá também, como o fazem com Carlos Drummond de Andrade, no banco à beira da praia no Rio de Janeiro.

Em Belo Horizonte, não tem muito tempo, fui eu, quando tive a oportunidade de ser fotografado ao lado de dois grandes amigos do cachoeirense Rubem Braga - ambos em bronze - Fernando Sabino e Otto Lara Resende, tranquilões em frente à Biblioteca Pública da cidade (a foto é da câmera de Maria Elvira).

Essas foram as recordações trazidas pelo Trevisan.

De outra parte, última sessão da Câmara de Cachoeiro, o Vereador Antonio Geraldo contou história real que me calou fundo. Uma moça veio do Paraná para fazer tratamento de saúde em Cachoeiro (isso já é importante). Contou ela a Antonio Geraldo que estava "louca" para chegar a Cachoeiro, vez que iria se refestelar com tudo o que iria encontrar aqui, em termo de homenagens aos grandes cachoeirenses da cultura - e relacionou - Rubem Braga, Sérgio Sampaio, Raul Sampaio, Luz Del Fuego, etc., etc.

Quando a moça chegou a Cachoeiro, tudo aquilo que ela esperava em termos de pontos culturais - e, quem sabe, estátuas de bronze - quase nada viu, e se lamentou pela cidade que não "explora" turisticamente seus grandes artistas.

O sentimento dela deve ter sido o mesmo da jornalista Mariana Filgueiras, que passou por aqui em 2013, logo após o centenário de Rubem Braga, centenário que passou em branco em Cachoeiro, logo ele, o maior cronista de Cachoeiro... digo, do Brasil.

Recordo o que Mariana Filgueiras escreveu na Revista dO GLOBO, 2013:

- "Houvesse um concurso para eleger "a cidade brasileira com mais filhos ilustres", a pequena Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, levaria com folga. Entre os 5.570 municípios brasileiros, difícil encontrar outro interiorano que tenha gerado tantas figuras notórias para o país... a pacata cidade capixaba viu nascer elenco tão sortido do folclore nacional, a ponto de receber de Vinicius de Moraes o epíteto "capital secreta". São cachoeirenses o cantor e compositor (e Rei) Roberto Carlos; o mais importante cronista brasileiro, Rubem Braga; o compositor Sérgio Sampaio; a atriz naturista Luz del Fuego; o produtor musical e diretor Carlos Imperial; o ator Jece Valadão, e a atriz Darlene Glória. Também viveram por lá as irmãs Danuza e Nara Leão".

Creio que Mariana, a jornalista, ainda não se recuperou do susto que teve, idem a amiga do Antonio Geraldo.

De qualquer forma, vão nesta página as fotos que consegui, com personalidades de cada capital citada, em bronze que cola na memória de cidadãos e turistas, menos em Cachoeiro de Itapemirim, talvez por isso chamada de Capital Secreta.

   

 

Pensamentos Soltos

ARTESANATO EM CACHOEIRO - Creio que Cachoeiro, a despeito da falta de conhecimento dos setores públicos, seja das cidades do Brasil que mais tem artesãos e artesãs de qualidade. Artesão e artesã devem ser encarados como artistas sem diploma, que tiram a alegria de viver com seu artesanato, que complementa sua sobrevivência física. Mas a alegria está no fazer.

Ao contrário do profissional que, primeiro, ganha dinheiro com seu trabalho e só após se regozija com ele, o artesão primeiro se alegra com sua obra; depois disso é que vem sua renda (pergunte aos artesãos, se estou mentindo ou falando besteira).

O Poder Público local não entende isso, tanto assim que quem cuida dos artesãos, em Cachoeiro, é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, quando o certo seria a Secretaria de Cultura e Turismo (espero que os futuros candidatos e candidatas a Prefeito da cidade leiam isso).

 

ELEIÇÃO DO CPDM - Existe livro muito interessante, o qual já distribui entre amigos interessados, talvez uns 10 ou 12 deles. É o "Conselho de Favores", de André de Faria Pereira Neto (Ed. Garamond). O livro explica o porquê de a maioria dos conselheiros serem captados ou comprados para votar interesses do governo, boa parte deles ilegais e imorais.

O Conselho do PDM de Cachoeiro, não digo todos os conselheiros, mas boa parte atua no sentido de aprovar tudo o que o governo municipal manda, alguns por bem, outros por mal.

Agora, dia 17 de setembro, haverá eleição para o Conselho do PDM de Cachoeiro, eleição um ano atrasada, fique registrado - ninguém explica o porquê do atraso. Mas não vou entrar nesse mérito ainda não.

Vou, apenas, se isso é apenas, alertar que já existe ao menos uma ação popular na Justiça de Cachoeiro, a propósito de equivocadas decisões do CPDM, na qual foram incluídos como réus mais de uma dezena de conselheiros.

Quem vai se candidatar agora, é bom ter atenção para essa mudança essencial e justa no olhar do Judiciário.

 

 

 

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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