Jerônimo Monteiro é aqui pertinho... - Jornal Fato
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Jerônimo Monteiro é aqui pertinho...

Minha ida em Jerônimo Monteiro, município vizinho de Cachoeiro de Itapemirim


- Ilustração: Zé Ricardo

Pelas 8,30 da manhã de sábado, 27 de agosto, Zé Arnaldo passa pelo Mourads. Embarco no carro dele e vamos pegar Basilinho na Ilha da Luz, ao lado da Fábrica de Pios. Partimos para Jerônimo Monteiro, município vizinho. No caminho, já na área da roça, vamos verificando muitas indústrias de mármore e granito, grande riqueza da região sul, e também o horizonte à frente, tendo, ao fim, cadeias de montanhas maravilhosas, enquanto a visão mais próxima nos dá certa tristeza, vez que o gado que se apresenta à beira da estrada e no altiplano está magro. As áreas, que deveriam estar verdes, estão amareladas, quase não existem árvores.

Chegamos à propriedade de 3 alqueires, "Sitio Pedra Chita" (do casal amigo Sonia Carlos e José Carlos Carvalho), próxima a localidade de Barra Limpa. Fomos nos aproximando do que nos levou até lá - o "Memorial da Roça", maravilhoso, mas não posso deixar de registrar que - próximo à casa que se tornará histórica - encontramos o rio-novense João Martins, na flor de seus 88 anos de idade, e íntegro na proteção à natureza, como quase ninguém mais.

Entramos na Casa Memorial da Roça. Lá revivi a história de nossa terra interiorana, eu me lembrando da terra onde nasci; Muniz Freire, de minha bisavó Carlota e de meus avós Heraclides e Laureta, com a sabedoria plena de cada um... Mas estou em Jerônimo Monteiro, e no Memorial da Roça encontro tudo aquilo que vira em criança, há quase 70 anos passados, lembranças às quais serei eternamente agradecido ao casal Sonia e José Carlos, desde já sugerindo às pessoas de bem, que gostam do passado de verdade, a passarem por lá e levarem seus filhos e netos, suas filhas e netas. Sairão maravilhados.

E enquanto vejo e sonho com isso tudo, aparece o Nilmar Colombini, tio da professora e historiadora Maikely, o qual conheci pelo sobrenome da sobrinha. E Nilmar me mostra um de seus mais que sublimes produtos artesanais, coisa linda de ver. (Mais tarde, à noite, pelo Messenger, ele me manda quase centena de fotos de seu artesanato... e o encantamento aumenta, tanto pelo seu trabalho, quanto pela riqueza que é o artesanato regional, o qual precisa muito mais ser visto, muito mais ser honrado, muito mais ser adquirido para enfeitar nossas mesas e estantes.

E eis que aparece Antonio Soares que, coincidentemente, estava ao lado de uma árvore - pau-brasil - a qual, informa José Carlos, fora plantada por ele, Antonio Soares, que vem arborizando a propriedade com centenas de pau-brasil e de pés de café, para ficar apenas nessas duas árvores. Tal qual a alegria do casal que nos recepciona, é visível a alegria de Nilmar e de Antonio Soares, felizes por verem o reconhecimento sincero de seus trabalhos tão bem-vindos pela natureza e pelos que visitam a propriedade.

Dá a hora de voltar para Cachoeiro. Pegamos a estrada e vamos parar na cidade de Jerônimo Monteiro, mais propriamente em Parada Cristal, mais propriamente ainda no Restaurante 20Ver (isso mesmo, traduzindo em bom português - Vim te Ver), onde somos muito bem recebidos pela proprietária Heloisa Saluci Portela, por seu esposo e pela família, satisfeitos e alegres no mister que praticam ali.

Na saída do restaurante, Trevo Tia Lourdes, avistamos belíssima pedra de mármore, recortada em linha reta no morro ao lado da estrada, de forma a permitir, no futuro, ser ocupada por uma pintura, mostrando algo que bem identifique a região tão bela.

Voltamos a Cachoeiro, não sem antes trazer nossos pacotes de linguiça de porco, um apimentado, o outro não, também produtos de qualidade de Jerônimo Monteiro. Voltamos, novamente olhando para o triste entorno da estrada e para a belíssima visão que nos proporciona o horizonte de montanhas de nossa região.

Momentos solidamente registrados - um dia volto lá. Vai lá você também.

 

Casa Memorial da Roça - Externo.
 
Casa Memorial da Roça - Interno. 
 
José Carlos e Sonia Carlos Carvalho.
 
Antonio Soares e a árvore Pau-Brasil.
 
O artesão Nilmar Colombini e sua obra.
 
Paredão de Mármore, na rodovia. 

 

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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