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Refletindo


Chegando ao final do ano com mil compromissos, atribulados ao máximo, tirar um tempo para refletir pode ser útil. Pensar principalmente sobre o nosso papel no pequeno mundo que nos cerca, se somos capazes de causar alguma transformação através do empenho com que nos envolvemos. Por conta do cansaço natural, ficamos propensos a acreditar na falsa afirmação de que é necessário abrir espaço para os mais jovens cedendo o nosso, àquele que ocupamos. Uma situação não inviabiliza a outra, minha vivência e minha história só a mim pertence. Acolher os jovens e conviver com eles harmoniza os ambientes - não é contraditório unir energia e experiência, ambos formam um conjunto perfeito.

Até insinuam que esperamos viver eternamente, porque usamos o tempo para adquirir novos conhecimentos e lutar por alguma causa. Eu luto em defesa das minorias, da qual faço parte, através dos Conselhos de Direitos e do meu trabalho. E gosto de estudar línguas, sempre sonho com viagens que realizarei - no tempo que me for possível, ou quem sabe no imaginário ou em outra dimensão? E viver 200 anos até seria legal, se não ficássemos caquéticos.

Sermos entusiasmados nos abre mil possibilidades, entre elas a de viver em plenitude. Claro que dá uma canseira no final do ano, mas compensa, garanto. E acredito firmemente que se Deus nos concede uma vida longa, ele tem propósitos a nosso respeito. Nada acontece por acaso. A grande possibilidade da longevidade ativa é a de nos aprimorarmos como seres humanos, de adquirirmos sabedoria para nos libertarmos de amarras que dificultavam a nossa liberdade - como o preconceito, o julgamento, a discriminação, a inveja, enfim, a ausência do amor pleno pelo nosso semelhante.

Final de ano, no meio das inúmeras tarefas, repensar nas realizações é sempre positivo. Frustações podem ser deixadas para trás e focar nos objetivos concretizados são as alavancas que nos impulsionam para a frente. Desistir jamais! E já sonhando com as férias, tempo de lazer, de convivência maior com a família, de refazer as forças e, para muitos, de ler todos os livros que estão aguardando. E parafraseando Domenico de Masi, podemos ser criativos até no ócio!

 

Marilene De Batista Depes


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