Hospital Santa Casa presta contas da gestão

Números do balanço oficial da instituição foram apresentados pelo conselho hospitalar ontem na Câmara de Cachoeiro

17/06/2015 00:00

 

 

Representantes da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim estiveram ontem na sessão ordinária da Câmara Municipal esclarecendo temas relacionados à gestão da instituição, debatidos em sessões anteriores pelos vereadores, quando médicos cruzaram os braços por causa de salários atrasados.

 

O presidente do Legislativo, Júlio Ferrari (PV) afirmou que a saúde sempre esteve em crise em todo o país, e fez vários questionamentos, entre eles sobre a terceirização de cartão-saúde.

 

?Sabemos que na Santa casa faltam leitos e vagas em UTI, por exemplo, e que isso ocorre em todo o Brasil. Mas há casos e casos. Qual é o papel da terceirização, do cartão-saúde, da aquisição de exames e do sistema de oftalmologia Santa Casa? Se a instituição assumisse esses serviços, não aumentaria a receita? E por que, havendo dívida da Santa Casa em Cachoeiro, houve investimento na Santa Casa de Castelo? É preciso uma reflexão sobre isso, e estamos prontos a debater o tema?, questionou Ferrari.

 

A superintendente do hospital, Nercedes Canal, apresentou, com números do balanço oficial da instituição que passam por auditoria independente e pelo conselho, resultados conquistados pela Santa casa desde 1999, quando foi fechada por 45 dias e vivia um período de descrédito e respondeu aos questionamentos do presidente Júlio Ferarri.

 

?A terceirização foi um recurso implantado em 2001, porque a Santa Casa não dispunha de estrutura médica e técnica para realizar alguns serviços e nem a manutenção dos equipamentos. O cartão-saúde é gerido por uma empresa que atua nacionalmente, que nos deu a mão numa hora em que ninguém mais fez isso. Recebemos uma comissão sobre a venda, que varia de R$ 35 a 40 mil por mês. Para a gente seria inviável assumir esse cartão por causa dos custos. Sobre a oftalmologia, desde que o município construiu o Instituto dos Olhos, o serviço saiu da Santa Casa e foi para lá, o que nos desagradou. E o Instituto dos Olhos não recebe o paciente que encaminhamos para lá, portanto somos obrigados a pagar pelo atendimento em consultórios médicos particulares para alguns casos. Sobre a terceirização de exames, até hátrês anos, a Superintendência tinha que comprar procedimentos e, para desburocratizar o processo, nos pediu que fizéssemos a aquisição diretamente, incluindo o valor no preço pactuado na contratualização?, explicou Canal.

 

Em relação à administração do hospital de Castelo, o integrante do conselho da Santa Casa, Dimas Magnano, disse que a instituição assumiu o hospital castelense por solidariedade, pois estava prestes a fechar as portas.

 

?A gestão e a contabilidade são totalmente independentes. Em comum, existe apenas o trabalho de dois ou três funcionários. No final do mês, a Santa Casa de Castelo repassa cerca de R$ 30 mil para Cachoeiro. Não há nenhum prejuízo, pelo contrário, acho que é um grande mérito para a Santa Casa de Cachoeiro?, afirmou Magnano.