Filas nas lotéricas, mas lojas quase vazias na reabertura do comércio - Jornal Fato
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Filas nas lotéricas, mas lojas quase vazias na reabertura do comércio

Lojistas analisam que chuva e falta de ônibus contribuíram para a pouca demanda, além da ânsia das pessoas de colocarem as contas em dia


Fotos: Ronaldo Santos/Fato

O primeiro dia de funcionamento dos segmentos ditos não-essenciais em Cachoeiro de Itapemirim foi marcado por filas gigantescas e casas lotéricas e correspondentes bancários, mas com lojas vazias. O cachoeirense aproveitou a reabertura após 20 dias para colocar as contas em dia, mas precisou de muita paciência para enfrentar as filas.

Na entrada do bairro IBC, Aline Carone, de 82 anos, enfrentava a longa fila pela segunda vez, no meio da tarde, para pagar uma conta. Ela fora mais cedo, porém, havia desistido. Dessa vez, decidiu ficar e já estava há meia hora na espera. "Vim pagar minhas contas. É a segunda vez que estou vido. E tem que enfrentar, né? Não dá para ficar para lá e para cá", diz ela, que lamenta não haver caixa preferencial para idosos na agência do Banesfácil, que funciona dentro de uma papelaria.

O acesso das pessoas ao local era controlado por uma funcionária, que só liberava o próximo cliente, após outro sair.

O grande número de pessoas na fila e a demora até conseguir atendimento aborreceram, Márcio Fraga, que há 40 minutos aguardava sua vez para pagar uma conta. "Acho um absurdo. Funcionar para pagar quarta, quinta e sexta, mas aí a gente vem e está essa fila toda, aglomeração de qualquer jeito. Acho muito errado", critica.

 

Lojas

Apesar do grande movimento para o pagamento de contas, a mesma demanda não foi percebida na maioria das lojas. "Um dia bem diferente para o comércio, depois de praticamente 20 dias com as portas fechadas, o retorno no dia de chuva, sem ônibus. Um complicativo muito grande, o movimento muito pequeno.  A expectativa é de que continue assim na quinta e na sexta-feira", diz Juarez Marquetti, diretor de Marketing da Acisci, associação comercial de Cachoeiro.

Para Fernando Leal, proprietário de uma loja de colchões, houve muita gente na rua, mas não para compras. O objetivo da maioria era pagar contas, o que provocou a lotação nas lotéricas e lojas que trabalham com carnês.  "São pessoas que têm a ânsia de pagar as contas em dia", diz ele.

Para ele, o comércio está sendo penalizado muito forte e desnecessariamente. "Mas nesse primeiro dia, como amanhã também vai ser dia de gente na rua, é muito difícil. A gente acredita que as coisas vão melhorar. O vírus existe. Tem que tomar cuidado. O ideal seria criar horários para banco abrir e dias alterativos. Nem todo tipo de comércio tem aglomeração", defende ele. 

Porém, houve também quem se surpreendesse positivamente, como Daniele Bravin, de uma loja de instrumentos musicais. "O primeiro dia foi bom, surpreendeu. A gente que achou até que por causa da chuva ia ter um movimento fraco, mas não!  Deu movimento, vendemos. Foi um bom dia de venda para gente nas duas lojas, graças a Deus. E espero que continue assim, né. Que não proíba a venda novamente", declara.

 

Restrições

Assim como ontem, o atendimento presencial dos considerados não-essenciais será permitido hoje e amanhã, das 10h às 16h, no comércio de rua, e de 12h às 20h nos shoppings. Já os serviços podem funcionar das 9h00 às 20h. Mas há exceções como bares, cinemas, academias e eventos, que continuam proibidos.

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