Uma boa conversa

Quando encontro, ainda que seja um conhecido, ligeiramente, ponho-me ao diálogo e os assuntos fluem

27/06/2019 08:59
Uma boa conversa

Gosto de conversar. Uma boa prosa completa-me as horas. Quando encontro, ainda que seja um conhecido, ligeiramente, ponho-me ao diálogo e os assuntos fluem, torrencialmente, como um rio caudaloso.

Sempre que posso é em uma boa conversa que me refúgio, me oriento e tomo conhecimento de fatos, então, ignorados. As esquinas, portanto, são o habitat das palavras, contendo notícias. A permuta de conceitos e o debate democrático, preenchem de vida um tempo que, pelo silêncio, seria perdido. E as anedotas? O que dizer delas, senão balsamos para a alma angustiada. No fundo, a grande beleza, resplandece na palavra, na linguagem, que se verbaliza e se transforma em fato a ser digerido pelo próprio raciocínio. Conversar, faz bem, e sempre fará. Um momento de relaxamento para nossos parafusos, sempre dolorosamente apertados. Não recomendo, apenas, em doses homeopáticas. Não. Mas sempre que possível, e intensamente. Sem interlocutores, converso com meus botões, e nos entendemos. Abaixo a tecnologia dos zaps. Ressuscitemos os contatos pessoais e diretos, recheados de conversa seleta, para cada quadrante possível. A alma agradece, e o coração se rejubila. Conversar é confirmar nossa natureza gregária. Estreitar laços de amizade e afeto. Reconhecer-se no outro, a cada afinidade, ou diferença. Comunicar-se, nunca fez ou fara mal a ninguém. Pelo contrário, garante nosso enriquecimento humano e mental. Deveríamos organizar festivais, com essa finalidade. Por falar nisso, preciso ir andando, marquei com um amigo, e uma boa prosa me aguarda. Salvem as cadeiras nas calçadas, com velhas amigas a tagarelar, e os meninos e meninas nos meio-fios a conversarem, sem redes sociais, até a boca da noite. Salvem os encontros casuais. Salvem as agendas ajustadas. Salvem todas as palavras e vocábulos. Viva o idioma. Viva a conversa.

 

Agradecimento ao prefeito

Parabéns, Victor, permitam-me nominá-lo. Acredito na sinceridade de seu gesto e, naquele momento, absolutamente poético, em que agraciou o "nosso" "Nenê Doido", com o título de comendador, talvez não tenha noção, mas sobre si derramaram-se luzes altaneiras. Você beijou a face da meiguice, da ausência de maldade, da alegria. Você deu asas a grande parte da história dessa cidade. Para mim, reviveu minha infância. Passei a acreditar mais ainda na sua sensibilidade e um senso.de beleza próprio daqueles que andam sempre ao lado do Mestre! Parabéns ao ser humano Victor que, feito prefeito, pintou na noite cachoeirense uma das mais belas telas que vi!