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Restaurando laços

Nos últimos meses o povo brasileiro enfrentou inúmeras contradições


Nos últimos meses o povo brasileiro enfrentou inúmeras contradições. Os sentimentos de indignação e de medo, acrescidos à ânsia do povo de sentir o Brasil como Pátria amada, gerou entre os cidadãos muitas desavenças.

Amigos e familiares romperam, instaurou-se na sociedade um clima de divergências que, por vezes, abalou vínculos antes alicerçados. Cidadãos morreram e candidato foi vítima de violência. Sem falar nas mentiras espalhadas pelas redes sociais...

A atipicidade desta eleição, como nunca, dividiu a sociedade em dois extremos: ou está comigo e o candidato "x" ou não serve para estar ao meu lado.

Assim, a boa relação, para muitos, estava diretamente vinculada ao candidato ou ao partido de preferência. Afinal, essas eleições não foram entre PT ou PSL ou entre Bolsonaro e Haddad, mas entre PT e Bolsonaro, o Mito.

Após uma eleição polêmica, no último domingo, o exercício da cidadania se fez valer. Há muito não se via o povo brasileiro vestindo a camisa verde e amarela.

Ressalvadas as divergências políticas, o povo brasileiro revelou que "o Brasil que eu quero" deverá ser construído por Jair Messias Bolsonaro. Contudo, mesmo com Messias no nome, não poderá fazer milagres, especialmente se ficar só. Daí a necessidade de que o povo esteja presente, acompanhando a gestão federal.

Apesar de uma história de vida com discursos cheios de "caneladas", a maioria do povo depositou sua esperança no Bolsonaro. Agora, não há o que fazer, logo, aos que tinham medo necessário juntar os cacos, aprender a orar e a fiscalizar para que as promessas de restauração sejam cumpridas. A democracia foi exercida. Agora, para o bem da Nação, necessário que o povo continue exercendo a soberania de seu poder e se mantenha ativo na fiscalização e na cobrança da entrega das garantias constitucionais.

Em seu discurso de posse, o presidente eleito, dentre outros, disse que vai priorizar o respeito à liberdade, assegurando o direito de ir e vir, de crença, de diversidade, ... Isso não poderia ser diferente! Afinal, o povo brasileiro é miscigenado de modo que, em nosso país, já não cabe uma forma única de cidadão, pois cada um tem seu tamanho, sua cor e sua dimensão.

Assim, passadas as eleições, chegou a hora de restaurar os laços desfeitos, de reconstruir as relações estremecidas e de exercer a democracia colaborando com o escolhido, pois, o Brasil não precisa de mais instabilidades políticas. Ao contrário, se é verdade que J.B. quer melhorar o país junto ao povo, que nós, verdadeiros donos do poder, possamos contribuir com gestões que promovam o bem comum e impedir que posturas preconceituosas ou extremistas sejam tomadas. Afinal, nossa Constituição Federal, além da liberdade, garante a TODOS o direito à dignidade humana e à igualdade.

Findado o período eleitoral, restauradas as relações abaladas, que Deus esteja à frente do Brasil para que de fato à mudança tão almejada, e confiada ao eleito, seja em benefício do povo em sua totalidade e diversidade. E que "o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhe no céu da pátria nesse instante" para que o futuro do povo brasileiro espelhe a grandeza do cumprimento dos direitos constitucionais a que têm direito.


Katiuscia Marins Colunista/Jornal Fato Advogada e professora

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