O herói, nos ensina Joseph Campbell, não é aquele que acorda de manhã com a forte determinação de salvar o mundo ou se envolver em uma aventura extraordinária. O herói é o pequeno, comum e assustado ser humano que acorda certo dia com um desafio aterrorizante à sua frente. A primeira batalha do herói é vencer seus próprios medos, eliminar a certeza absoluta em sua fraqueza ou inaptidão para o desafio que está à sua frente. O herói é um "vir a ser" que se constrói na dúvida e na coragem de enfrentar a dúvida e o medo. Em sua jornada encontra companheiros que, unindo suas habilidades, fazem com que o grupo se torne maior e mais forte que seus membros individualmente. Há também o encontro com o mestre (ou os mestres) e com o grande inimigo, que nada mais é que uma projeção de seus próprios medos. Ao vencer e completar sua tarefa, o herói retorna ao mundo comum com poder/conhecimento suficiente para ajudar seus semelhantes. Pensando assim, aplicando essas características ao nosso universo cotidiano, não seria equívoco dizer que somos nossos próprios heróis, seres imperfeitos chamados a vencer o desafio cotidiano de estar no mundo. Em nossa jornada nos unimos e nos separamos de vários companheiros
e junto a eles somos mais fortes do que quando sozinhos. Os outros são nossos companheiros de caminhada em nossa jornada de heróis. Nós somos os companheiros de caminhada na jornada de cada um em seu caminho de herói. É uma teia poderosa que nos une. Caminhamos à sombra do sonho, mesmo quando acreditamos não haver mais sombras. Mas com o sol a pino só nos resta um lugar para encontrar nossa sombra: em nós mesmo. O mundo ainda é um lugar mágico repleto de possibilidades.