Conheça a mata de Itapemirim onde foi encontrado novo anfíbio
A Mata do Ouvidor tem área igual a 1.600 campos de futebol e mais 770 espécies catalogadas
Uma nova espécie de anfíbio teve a sua descoberta divulgada pela imprensa capixaba no último dia 19. Ela foi localizada em duas matas do Sul do Espírito Santo, e a primeira dessas matas onde a espécie foi registrada fica no município de Itapemirim (ES): trata-se da Mata do Ouvidor, de propriedade da Usina Paineiras.
Atravessada pela rodovia que liga Safra a Marataízes, a Mata do Ouvidor tem uma área equivalente a 1.600 campos de futebol e abriga pelo menos 11 espécies ameaçadas de extinção, segundo uma pesquisa concluída em 2008 pelo Instituto Tramirim. Ao todo, a pesquisa localizou na mata 770 espécies de fauna e flora.
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O fragmento florestal é preservado pela Usina Paineiras há pelo menos 82 anos - desde quando ela foi vendida pelo governo do estado ao engenheiro Ataliba Carvalho Brito, em 1937. Segundo o ex-diretor presidente da usina Régis Carvalho Brito, seu pai, Ataliba, tinha sensibilidade para a preservação ambiental desde muito antes desse tema se tornar uma preocupação mundial, nas décadas seguintes.
A preservação da Mata do Ouvidor é um dos pilares do Programa Ipê Amarelo da Usina Paineiras, programa vencedor da edição de 2017 do Prêmio Sustentabilidade / Troféu Biguá da regional sul da Rede Gazeta, na categoria empresa.
Relevância estadual
Um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica do sul do Espírito Santo, a Mata do Ouvidor integra o microcorredor ecológico Guanandy, um dos dez prioritários da conservação ambiental da Mata Atlântica do estado.
Em sua área, durante 15 meses de pesquisa in loco (de 2007 a 2008), o Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Tramirim catalogou 251 vertebrados terrestres (11 ameaçadas de extinção), 24 anfíbios, 18 répteis, 172 aves, 37 mamíferos e 268 espécies vegetais.
A descoberta
A espécie de anfíbio descoberta é da espécie Luetkenotyphlus. Antes, só outra espécie desse gênero havia sido identificada, há 168 anos. Os pesquisadores que a encontraram são da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerf), sob a coordenação da doutora Jane C. F. Oliveira e a colaboração de alunos do Centro Universitário São Camilo de Cachoeiro de Itapemirim.
A parceria para a descrição taxonômica e da espécie foi feita com o doutor Adriano Maciel, do museu paraense Emilio Goeldi, que liderou as avaliações genéticas e morfológicas desta espécie até então desconhecida para a ciência.
Depois de terem registrado a espécie na Mata do Ouvidor, os pesquisadores a encontraram novamente, em 2018, em remanescentes florestais do Monumento Natural Estadual Serra das Torres, entre os municípios de Atílio Vivacqua, Mimoso do Sul e Muqui.
