Médicos fazem alerta sobre os sinais do AVC e orientam sobre prevenção

Mais importante ainda falar do assunto porque a doença é muito comum, acometendo uma em cada quatro pessoas

10/11/2020 07:25
Médicos fazem alerta sobre os sinais do AVC e orientam sobre prevenção

A morte de Tom Veiga, intérprete do Louro José do programa da apresentadora Ana Maria Braga, aos 47 anos por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) recentemente, reacendeu a necessidade de falar sobre a doença, com destaque para os sintomas que podem indicar que saúde não vai bem e as medidas de prevenção capazes de reduzir as chances de ter o problema. 

Mais importante ainda falar do assunto porque a doença é muito comum, acometendo uma em cada quatro pessoas. Segunda principal causa de morte no Brasil, o AVC é lembrado anualmente, com o Dia Mundial do AVC, em 29 de outubro. 

O neurologista Waldemar Carlos Barros Algemiro, diretor clínico do Hospital Unimed, em Cachoeiro de Itapemirim, explica que existem dois tipos de AVC: o hemorrágico (que levou Tom Veiga à morte após a ruptura de um aneurisma cerebral) e o isquêmico, responsável por cerca de 80% dos casos. ?O AVC isquêmico ocorre por oclusão do vaso arterial do cérebro, já o hemorrágico é secundário à ruptura das artérias?, diz o médico. 

Os sintomas mais comuns do AVC, também chamado de derrame, são perda de força ou sensibilidade, desvio da rima lábio (sorriso torto) e alteração de fala. No entanto, existem outros sintomas possíveis dependendo da área cerebral afetada. 

Segundo Waldemar Algemiro, os sintomas de AVC são súbitos e o quanto antes a pessoa procurar o serviço de urgência médica, maiores serão as chances de minimizar as sequelas neurológicas. ?No caso do AVC isquêmico, podemos usar medicamentos para desfazer a obstrução à circulação sanguínea nas primeiras quatro horas e meia?, ressalta.

Os principais fatores de risco para AVC são hipertensão arterial, diabetes, arritmias cardíacas, tabagismo, sedentarismo, colesterol elevado e obesidade. Por isso, segundo o cardiologista Gil Gonçalves Azeredo, vice-presidente da Unimed Sul Capixaba, é importante cuidar da saúde e ter hábitos saudáveis. ?Às vezes o paciente hipertenso abandona o tratamento ou não faz o controle da pressão arterial. Isso não pode acontecer. A pressão deve estar controlada, independentemente de haver sintoma ou não. Um AVC pode trazer sequelas cerebrais irreversíveis e até levar à morte?, orienta. 

A recomendação é para que as pessoas mantenham uma boa alimentação, um sono de qualidade e pratiquem atividade física regular. ?São atitudes fundamentais para a prevenção da doença?, afirma Gil Gonçalves Azeredo. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV), cerca de 70% das pessoas acometidas por AVC não têm condições de retomar as atividades profissionais, devido às sequelas que o quadro deixa. E mais: metade dos pacientes perde autonomia e acaba precisando de cuidadores para nas suas tarefas diárias. A entidade ressalta que embora o AVC atinja mais comumente pessoas com idade acima de 60 anos, tem crescido entre jovens e pode, inclusive, afetar crianças. 

 

Protocolo de AVC minimiza sequelas 

A Unimed Sul Capixaba possui Protocolo de AVC, estruturado para salvar vidas e minimizar as sequelas neurológicas em pacientes que dão entrada no hospital com sintomas da doença. O protocolo engloba uma linha de cuidados e envolve equipe do pronto-socorro, serviço de radiologia, neurologistas, neurocirurgiões, intensivistas, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutrólogos, nutricionistas, psicólogo, assistente social, farmacêuticos e equipe de apoio. 

Com esse protocolo, a Unimed atende aos padrões mundiais mais exigentes de atendimentos para o AVC. Ele acompanha critérios do Projeto Angels, que é uma referência internacional e qualifica os centros de AVC já existentes, além de auxiliar na implementação de novos centros.