Recusa de doações de órgãos tem queda no Espírito Santo - Jornal Fato
Saúde

Recusa de doações de órgãos tem queda no Espírito Santo

Os dados são da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)


Coordenadora da Central de Transplantes, Maria Machado

O Espírito Santo registrou, em pouco mais de um ano, um aumento de 9% na aceitação familiar para a doação de órgãos. Em 2018 foram 45% de recusas familiares contra 54%, em 2017. Os dados são da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Na avaliação da coordenadora da Central de Transplantes, Maria Machado, a diminuição da recusa familiar deve ser comemorada, pois demonstra que mais pessoas estão conscientes sobre a importância da doação.

Ela destacou que a recusa familiar é a principal causa da não doação de órgãos de potenciais doadores no Espírito Santo. Os outros motivos mais frequentes são a contraindicação médica, a parada cardíaca e a morte encefálica não confirmada.

"Temos trabalhado continuamente para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e da legitimidade do processo de diagnóstico para morte encefálica. Solidarizamos-nos com a dor das famílias e agradecemos cada sim, que oportuniza outras famílias a comemorar a renovação da vida", disse.

Maria explicou ainda que a captação dos órgãos acontece somente após constatação de morte encefálica, ou seja, quando há completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Esse diagnóstico é realizado por uma equipe profissional por meio de exames de imagem, exames clínicos e exames laboratoriais. Após a confirmação da morte encefálica, a família é comunicada sobre a situação irreversível e pode decidir sobre a doação.

"É possível fazer a doação de órgãos quando há morte encefálica, ou seja, os órgãos continuam funcionando, mas o cérebro não. Quando temos o diagnóstico de uma morte encefálica, uma equipe do hospital acolhe essa família e dá a ela a possibilidade de fazer a doação dos órgãos do seu ente querido", disse a coordenadora.

A coordenadora ressaltou ainda que é importante destacar para a família, em vida, o desejo de ser doador de órgãos. Desta forma a família pode atender o último desejo do seu familiar.  "Não é preciso registrar em nenhum tipo de documento expressando esta vontade, e "Sim", apenas comunicar para a família", disse.

 

Fila de espera

O Espírito Santo tem, atualmente, 1.096 pessoas na fila de espera por um transplante de órgãos. A maior demanda é por um rim, com 914 pessoas aguardando. Outras 133 pessoas esperam por córneas, 41 precisam de transplante de fígado e oito pessoas aguardam por um coração. Os dados são da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo. 

Coração: 05

Olhos: 147

Fígado: 42

Rim: 915

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