Ruas de Cachoeiro - Jornal Fato
Colunistas

Ruas de Cachoeiro


Sou cachoeirense e amo minha cidade, o que não significa que eu seja cego aos seus defeitos nem que me renda incondicionalmente aos seus encantos. Considero-me ainda uma pessoa prudente e sensata, de inteligência pelo menos mediana - claro que eu posso estar enganado quanto a isso. Significa, portanto, que penso que seria extremamente temeroso se começasse a escrever sobre algo que eu não domine ou que não conheça minimamente. Política e administração pública, por exemplo, são terrenos um tanto ou quanto estranhos e inóspitos para mim.

 

Contudo, ao caminhar pelas ruas do centro - este é meu caminho habitual, passar pelo centro da cidade - tenho visto coisas sobre as quais é impossível não refletir e escrever. Apesar de caminhar rápido, vejo como é o trânsito e como estão as calçadas, praças e ruas desse setor da cidade.

 

Começando pelo trânsito na Praça Jerônimo Monteiro e adjacências, sempre confuso em função da quantidade de veículos, da ausência de sinalização decente e sem a presença regular de agentes de trânsito para orientar corretamente os motoristas. Na verdade, aqueles aparecem, e sempre aos pares, não sei por que, somente quando há necessidade de se multar ou guinchar algum veículo. A sinalização horizontal já foi alterada diversas vezes, provavelmente na base da tentativa e erro, a fim de minorar os problemas dali - deduzo portanto que não há engenheiro de tráfego em nossa municipalidade.

 

Nossas calçadas, outrora chamadas também passeio público, encontram-se via de regra em estado tal que coloca em risco os que nela transitam. Posso citar as das ruas Capitão Deslandes, Costa Pereira e 25 de Março, para iniciar. Sabe-se que a manutenção das calçadas é incumbência do proprietário do imóvel à frente do qual elas estão - e que são duramente cobrados pela Prefeitura a mantê-las. Ora, como se explica, portanto, o estado da calçada em frente ao INSS e à Casa da Memória, na 25 de Março, repleta de buracos e irregularidades? Ou a Praça Jerônimo Monteiro, onde está nossa Prefeitura Municipal e que também apresenta algumas armadilhas aos desatentos? É este o exemplo dos nossos órgãos públicos. Há capim e ervas daninhas crescendo a olhos vistos junto ao meio fio da Costa Pereira e da Raulino de Oliveira - e é atribuição da Prefeitura a manutenção das vias públicas.

 

Por falar nisso, nossas vias centrais são características de uma cidade que teve crescimento orgânico, e não planejado: tortuosas, estreitas e de largura irregular. Assim, qualquer defeito em seu piso reflete-se numa piora exponencial no fluxo do trânsito. Hoje mesmo - 28 de junho - há um buraco em frente aos Caçadores que obriga os motoristas da faixa da esquerda a irem para a da direita, no meio do morro da Catedral, numa curva. Quanto tempo demorará a Prefeitura a consertá-lo, antes que aumente de tamanho?

 

Há momentos em que penso em me mudar de Cachoeiro, sou inclusive estimulado a isso por pessoas a quem amo, muito. Contudo, e apesar de todas as mazelas que há aqui, prefiro ficar. Até quando, não sei.

 

Marcelo Simão Schwan


Comentários