Mãos que embelezam os jardins do palácio - Jornal Fato
Cultura

Mãos que embelezam os jardins do palácio

O jardineiro, nascido em Muniz Freire, há 32 anos escolheu Cachoeiro para viver, trabalhar e constituir família


João da Silva cuida do largo da sede da Prefeitura e o entorno da Câmara de Vereadores, na praça Jerônimo Monteiro (Foto: Ailton Weller)

 

Ailton Weller

 

A beleza das flores, dos arbustos e das palmeiras areca ou coqueirinho, entre outros tipos de vegetação, que enfeitam e dão vida ao entorno do Palácio Bernardino Monteiro, no centro de Cachoeiro de Itapemirim, é literalmente um contraponto ao restante da cidade que sofre com a ação de pichadores. Muros, propriedades privadas e públicas, além dos monumentos não escapam da ação dos vândalos, seja na área central ou na região periférica, que escolhem a 'calada da noite ' para agir poluindo visualmente esses ambientes.

 

Pelas mãos do jardineiro João da Silva, 59 anos, nascido na localidade de Seio de Abraão, em Muniz Freire, o largo da sede da Prefeitura e o entorno da Câmara de Vereadores, na praça Jerônimo Monteiro, se transformou num canteiro colorido que encanta os cachoeirenses e visitantes que passam por lá. Casado, pai de sete filhos e morador do bairro Elpídio Volpini (antigo Valão), ele contou que há 32 anos escolheu Cachoeiro para viver e constituir família e que há 16 anos se dedica exclusivamente a tornar mais bela e admirada o ponto de encontro central da cidade. "Comecei trabalhando no Hortão Municipal da prefeitura plantando e colhendo verduras e legumes, mas sempre tive uma atração pelas flores e árvores ornamentais. Depois de ser aprovado em concurso público e aprender os primeiros passos da jardinagem com um companheiro que cuidava da Casa de Cultura Roberto Carlos acabei transferido pela administração do então prefeito Theodorico Ferraço que me incumbiu de cuidar da praça. Naquela época a sede da prefeitura ainda não era no antigo prédio do colégio Bernardino Monteiro, o que só veio acontecer mais tarde", recordou.

 

Rotina e exemplo

 

João da Silva contou que seu dia de trabalho começa às 6h e prossegue até às 13h, de segunda a sexta-feira, mas para o jardineiro essa atividade que, para muitos, poderia ser rotineira é, na verdade, um exercício de paixão pelo que faz. "Comecei ainda menino nas lavouras de Muniz Freira e sempre gostei de lidar com a terra. Tenha muito orgulho daquilo que faço e a recompensa não se baseia apenas no sustento da minha família, mas também em cada pessoa que passa, admira meu trabalho sempre com palavras de elogio. Isso não tem dinheiro que pague. Mexer com as plantas e minha paixão e me deixa feliz", revela.

 

Em meio às equissórias (arbustos com versões vermelha e amarela); pingos de ouro (plantas ornamentais); palmeiras areca e imperial; costelas de Adão (vegetação folhosa) e Hera, entre tantas outras, o 'cuidador ' do jardim central da cidade, mesmo 'invisível' aos olhos dos mais apressados, coleciona admiradores pelo trabalho de paciência, dedicação e profissionalismo. "Posso dizer que essa é a minha vida e não saberia o que fazer longe do 'meu' jardim", resume.

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