Prefeito insiste em ramal ferroviário - Jornal Fato
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Prefeito insiste em ramal ferroviário

Autoridades e empresários puderam conhecer melhor o projeto ferroviário, apresentado em Cachoeiro


 

Após a realização de quatro audiências públicas para debater e buscar sugestões - em Vitória, Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes (RJ) e Brasília (DF) -, o projeto da Ferrovia Vitória-Rio (EF-118) foi apresentado a empresários, políticos, lideranças e imprensa de Cachoeiro de Itapemirim.

 

O evento, que aconteceu na manhã de quarta-feira (02), no auditório do Sest/Senat, contou ainda com as presenças da subsecretária de Comércio Exterior da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Mayhara Chaves, representando o governo do estado, do Subsecretário de Estado dos Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Manoel Pinho, e o engenheiro José Julio Gomes, que atuou na elaboração do projeto da rodovia.

 

O encontro foi aberto prefeito Carlos Casteglione (PT) que falou sobre sugestão apresentada em todas as audiências para a construção de um ramal que aproxime Cachoeiro da ferrovia para encurtar o caminho rodoviário, mas não sendo possível, o Porto Central, em Presidente Kennedy, será o local escolhido para o escoamento da produção do município.

 

"Temos o potencial de um milhão de toneladas/mês apenas em rochas ornamentais e calcário. Isso reafirma nossa condição de atrativo para a concretização dessa obra. E nossa expectativa é que isso aconteça num menor tempo possível", afirmou.

 

A subsecretária Mayhara Chaves disse que o projeto está sendo tocado "a quatro mãos", pois é de interesse dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e que os municípios que serão contemplados com a ferrovia precisam apresentar suas potencialidades como forma de garantir que o cronograma, estimado em 10 anos, seja cumprido no prazo previsto.

 

Delmo Pinho, da Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro, detalhou o projeto com suas especificações técnicas e destacou que se trata da maior província logística da América Latina, englobando os sistemas portuários de Porto do Açu, no Rio de Janeiro e Porto Central, no Espírito Santo. Ele confirmou que o processo de concessão chegará ao Tribunal de Contas da União, no máximo em dezembro, para aprovação dos recursos da ordem de R$ 7,8 bilhões ou pequenos ajustes, caso sejam necessários. "Foram muitas sugestões nas quatro audiências públicas que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) realizou e procuramos absorver o que de melhor foi apresentado. Acredito que, no segundo semestre, o projeto será concedido".

 

"A ferrovia tem como foco principal o Porto Central que será construído em Presidente Kennedy, e também vai interligar outros possíveis portos capixabas e fluminenses e viabilizar a ligação do estado com as malhas ferroviárias de outros estados do sudeste e com o centro-oeste", finalizou Pinho.

 

O engenheiro José Gomes se ateve a apresentar detalhes técnicos e comentou que, com os seus 572 quilômetros de extensão, a ferrovia, além de interligar complexos portuários nos dois estados, irá possibilitar a conexão com os mercados europeu e asiático. "Com isso ganham o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e, porque não dizer também, o Brasil", garantiu.

 

Sobre a EF-118

 

O valor do investimento é da ordem de R$ 6,5 bilhões e pelo projeto, a nova ferrovia Vitória-Rio terá 577 km de extensão e atenderá à demanda da rede portuária dos dois estados, incluindo os portos de Sepetiba, Itaguaí, Macaé, Barra do Furado e Açu, no Rio de Janeiro, e os portos Central e Tubarão, no Espírito Santo.

 

Aqui no Estado, a ferrovia passará pelos municípios de Vila Velha, Santa Leopoldina, Cariacica, Viana, Guarapari, Anchieta, Iconha, Rio Novo do Sul, Itapemirim, Atílio Vivacqua, Presidente Kennedy e Mimoso do Sul.

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