Ano novo, escola nova - Jornal Fato
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Ano novo, escola nova


Mais um ano letivo começa, na próxima semana, nas escolas da rede pública e privada do Estado. Seja por saírem da educação infantil para as séries primárias, por optarem por uma escola mais próxima de casa ou mais qualidade de ensino, várias crianças e adolescentes são transferidos de instituição. Especialistas orientam como ajudá-los no momento de transição.

Os dois filhos da corretora de imóveis Renata Fiório mudam este ano de uma escola pública para uma particular, em Cachoeiro. O motivo, segundo a mãe, é a "atenção dos profissionais e estrutura disciplinar superior" da nova instituição.

â??Eles e eu já estávamos insatisfeitos com a antiga escola pública do bairro. Não conversei com eles sobre a mudança. Fiz a matrícula e depois comuniquei. Adoraram a ideia, estão empolgados e muito felizes com a mudança, apesar de não estudarem mais com os antigos colegasâ??, acrescenta.

Entre outras razões que levam os pais a trocar o filho de escola, a mudança pode ter uma resposta boa ou não por parte da criança. A alteração, porém, que pode ser, à primeira vista, traumática, deve ser analisada como um processo de adaptação.

Pedagoga e mestre em Educação, Anita Adas diz que os pais sempre devem expor os reais motivos da escolha de uma nova escola.

â??A mudança pode ser vista de uma forma benéfica, porque a vida é assim, nada é estático ou imóvel. Sejam verdadeiros e comuniquem os reais fatores que os levaram à decisãoâ??, orienta a especialista.

Apesar de o sofrimento ser imensurável e variar de acordo com a faixa etária, os jovens tendem a sentir mais, pois é nesta fase que eles formam grupos, fundamentais na construção de sua identidade.

Isto, no entanto, não deve ser problema para Grazieli do Livramento Máximo, de 14 anos. Ela migra este ano para escola pública situada em outro bairro.

â??O que ameniza a mudança um pouco são os amigos. A maioria também vai para a mesma escola e isso ajuda nesta transiçãoâ??, comenta a estudante do ensino médio, que fazia compras escolares ontem com a mãe, Antônia do Livramento.

Se todo o esforço de pais e mestres para adaptação não for positivo e o aluno ainda apresentar dificuldades, a decisão pode ser repensada.

A pedagoga Anita Adas aponta dois caminhos: ou decide-se por uma nova mudança, ou tenta-se, junto ao filho, encarar a frustração como processo de amadurecimento.

 

Dicas para uma mudança menos traumática

 

- Ficar ao lado (física e emocionalmente) dos filhos diante do novo

- Ser verdadeiro e comunicar os reais fatores que levaram à decisão

- Acompanhar os passos da mudança

- Encorajar os filhos diante dos primeiro temores

- Conversar com os professores e solicitar uma comunicação mais próxima

- Perguntar sobre os desafios de cada dia

- Ajudar nas primeiras tarefas, que podem parecer estranhas

- No caso das crianças, propor um período de adaptação

- Incentivar novas amizades

- Promover uma â??noite do pijamaâ?? em casa e convidar os novos amigos

- Não negligenciar as solicitações da escola, mas cumpri-las para a criança não ficar constrangida

- Observar a cultura escolar e segui-la para a criança não se sentir deslocada

- Ficar sempre alerta: se os sinais de sofrimento não diminuírem, procurar ajuda junto à escola

 

Beatriz Caliman

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