Cachoeiro: só 20% das famílias em doam órgãos - Jornal Fato
Saúde

Cachoeiro: só 20% das famílias em doam órgãos

No ano de 2017, das 73 famílias, cujos entes faleceram no Heci e tinham indicação para doação, apenas 15 concordaram doar


Hospital Evangélico promove Semana Nacional de Doação de Órgãos - palestras e panfletagem discutem a importância de avisar a família ainda em vida - Foto: Divulgação/Heci

Apenas uma em cada cinco famílias com pacientes com indicação para a doação de órgãos fez, efetivamente, o gesto, durante o ano de 2017, no Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim. O baixo percentual é um dos motivos da realização da Semana Nacional de Doação de Órgãos, iniciada nesta segunda-feira (24), com ações da instituição voltadas para estudantes.

No ano de 2017, das 73 famílias entrevistadas, cujos entes faleceram no Heci e que tinham indicação para doação, apenas 15 concordaram doar. "Há muito desconhecimento sobre o assunto. Às vezes a família não sabia da intenção do ente em ser um doador ou não entende que a doação daquele órgão não atrasa a liberação e que não descaracteriza o corpo", disse o médico a enfermeira Tamara Pagotto, que atua na Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Evangélico.

Por isso, afirma, é muito importante expressar em vida o desejo de ser doador. "Antigamente, vinha expressa em documentos como o RG ou a carteira de motorista. Isso não existe mais. É  importante que o paciente manifeste isso para a família", comenta Tamara.

O prazo entre o óbito do paciente e a captação é de seis horas. Por isso, embora deva ser feita com cuidado, a abordagem à família exige rapidez. Passado o prazo, não é possível mais ser feita a doação. O transplante é tratamento que pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de outras pessoas.

 

Palestras

A enfermeira Tamara Pagotto foi ontem até a Escola Centro Unificado Constantino José Vieira, em Castelo, para falar aos alunos sobre a doação de órgãos. Foi a primeira ação do Heci na Semana Nacional dedicada ao tema.

Hoje, ela falará para os alunos da Escola Nestor Gomes, também em Castelo. Amanhã, juntamente à equipe da Cihdott percorrerá os corredores do Hospital Evangélico falando aos pacientes, acompanhantes e colaboradores sobre a importância de deixar a família avisada sobre o desejo de ser doador. 

Fechando a Semana, a psicóloga Emanuelle Ervatti falará aos técnicos sobre a "abordagem familiar", explicando todo o processo de entrevista da família do doador e no encerramento, o Dr. Thiago Azeredo vai explanar sobre a morte encefálica e tirar dúvidas da equipe de enfermagem e residentes de medicina sobre o tema.

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