Casagrande não entra em bola dividida - Jornal Fato
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Casagrande não entra em bola dividida

O governador não interferiu na filiação de Lorena. E já deu mostras suficientes que confia em Victor


- Foto Divulgação/Iema

A filiação da secretária Lorena Vasquez no PSB, sábado, é peça importante na análise do jogo e no xadrez eleitoral. Na soma dos fatos e, sobretudo, como decorrência das entrevistas concedidas pelo prefeito Victor Coelho, no curso da semana, acredito que sua candidatura à Prefeitura é pule de dez, uma presunção infalível. Insatisfeitos estão os deputados Bruno Rezende (União Brasil) e Alan Ferreira (Podemos). E, por extensão de conveniência, o ex-candidato prefeito, Diego Libardi (Republicanos).   Juninho já esperava, claro. Tanto que não para de bater no prefeito.

O mais curioso é que os dois deputados pertencem a partidos distintos. Mas, a rigor, querem ocupar o lugar de Lorena, daqui a pouco inaugurando obras por toda à cidade. Claro que - ninguém é idiota - eles, deputados, são da base do governador Casagrande, e, direta ou indiretamente, o pressionaram para barrar a filiação. Faz parte do jogo político.  Mas, como diz o jornalista Wagner dos Santos, Victor pretende mesmo é lançar candidato (a) para continuar suas obras e o que foi planejado. Além de buscar o panteão de bom prefeito na história, quer continuar sua carreira política.

A conclusão é mais que óbvia. Se ele escolheu uma mulher para ser secretária de obras, coisa praticamente inusitada em Cachoeiro, e deu certo, claro que a candidata que obedece às suas exigências é Lorena. Além de obedecer o seu perfil de escolha, é mulher, é adequadíssima para o momento puro de empoderamento, que não tem nada a ver com poder propriamente dito.  Precisa, agora, jogar todas as fichas na concretização das obras que, por vezes, incomoda o conforto da população.

A entrevista concedida pelo prefeito ao podcast do Fato mostrou, sem dúvida, um homem público que sabe o que quer e está obedecendo a conceitos administrativos bem modernos, aproveitando aquilo que há de melhor na inteligência artificial. Lorena, por óbvio, acompanha a sua linha de raciocínio e está presente em toda a sua movimentação. Além disso, ninguém poderia dizer que ela não é uma criação sua. Difícil, muito difícil. Ou quase impossível brigar com os fatos e a realidade.    Como disse na crônica passada, o deputado Alan continua bem posicionado nas pesquisas, é o seu grande adversário, hoje.  Mas, não suportará o passar do tempo pontuado com inaugurações de obras.

Coincidência ou não, o deputado Ferraço, Norma e Ricardo, também esta semana, apareceram num podcast, sob o patrocínio da Cofril, falando sobre administração pública. Ferraço contou memórias da construção da Avenida Beira-Rio, oportunizando um debate comparativo entre sua administração e a de Victor. É do jogo. Estaria querendo mostrar um apoio da família Ferraço? 

Claro que isso favorece ao pré-candidato ao prefeito Juninho Corrêa. Por outro lado, o que se pode compreender, é que Juninho não abrirá mão do estilo bolsonarista de fazer campanha. Seus companheiros de empreitada gostam também de um modo de críticas violentas, não diria injuriosas, mas que propiciam discussão jurídica.  O que, aliás, deu certo na Argentina, mas com realidades totalmente diferentes. 

Não sei se esse estilo daria resultado. Para cada ofensa, Victor ou Lorena teriam uma obra para mostrar. Seria pouco. Não. Quer resposta melhor do que essa para a população? Na Argentina não tinha o que dizer com uma inflação daquele tamanho.

Fato é que jogo já começou, queiram ou não. O governador Casagrande, sabido como é, não vai entrar em bola dividida. Não interferiu na filiação de Lorena. E já deu mostras suficientes que confia em Victor. Não vai entrar em bola dividida a essa altura do campeonato e de sua vida.


Wilson Marcio Depes Advogado Escritor e jornalista

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