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Uma notícia chamou atenção esta semana: Jussara Couto, de 38 anos, casou com ela mesma. Assim ela se tornou a primeira brasileira a fazer um casamento sologâmico


Uma notícia chamou atenção esta semana: Jussara Couto de 38 anos casou com ela mesma. Assim ela se tornou a primeira brasileira a fazer um casamento sologâmico, de uma pessoa só, em toda a história do Brasil.

Com a presença de familiares, a cerimônia foi realizada em praça pública, com direito a declaração de amor próprio. Isso após horas de maquiagem e preparação para uma produção com direito a vestido de noiva, buquê e várias frases ditas pela noiva de si mesma, aclamando motivação, autoestima e paz interior.

Uma prática inédita chama atenção para uma parcela da população que por motivos diversos se mantém anônima: os autossexuais. Jussara não se declara assim. Nem temos conhecimento para dizer se é ou não. O tema deste texto é discutir essa característica que pode chegar até 20% da população mundial.

Entre os homens esse número aumenta: de 50% a 75% podem ser autossexuais. Afinal o que são? Indivíduos que nutrem uma atração e paixão por si mesmos. Alguns relatos dão conta de que ate mesmo a excitação sexual ocorre quando essas pessoas se olham no espelho.

Pode ser saudável, como um estilo ou opção de vida. Momentânea ou A ciência define como Transtorno de Personalidade Narcisista. É um problema que é facilmente diagnosticável, partindo da análise do comportamento de pessoas que nutrem um ego inflado. Necessitam de constante admiração e apresentam dificuldade de empatia. Mas a sexualidade é um capítulo à parte.

Narcisistas necessitam de aceitação, atenção, admiração constante. Os autossexuais acabam ficando mais à vontade consigo mesmo, preferindo sua própria companhia. A APA, Associação Americana de Psicologia, orienta que qualquer conduta sexual que não prejudique fisicamente ou espiritualmente as pessoas, seus parceiros ou terceiros deve ser considerada uma variante sexual e, portanto, deve ser respeitada.

Dentro da autossexualidade existem ainda vários "graus" ou diferenças de comportamento. E usam como argumentos a existência sim, de amor, paixão, contemplação, companheirismo: sem sexo. Uma parcela dos assexuais se envolvem emocionalmente e sexualmente a partir do momento que iniciam um relacionamento. Outros são mais restritos, não querem amar ou receber amor de "pessoas externas".

Para melhorar ainda nosso bate-papo, acredita-se que ninguém é 100% alguma coisa, definitivamente. A sexualidade também amadurece. E é aceitável que mude o curso da história das pessoas.

Mas enquanto esse momento de se amar, se cuidar e se admirar está equilibrado, tudo bem. Mas o problema começa quando essas atitudes ultrapassam o equilíbrio e começam os atritos de relacionamento. Uma pessoa que sofre de TPN pode ter dificuldade em lidar com críticas, de se aprofundar nas relações e outros conflitos que tentem a começar na adolescência e seguir até a vida adulta.

Pouco se sabe sobre este transtorno mas no geral as causas estão ligadas a fatores ambientais, formação corporal, caráter e até mesmo aos fatores genéticos. E os sintomas são variados. Muitos não demonstram suas mágoas e frustrações devido ao medo ou vergonha.

E os relacionamentos tendem a ser superficiais, devido boa parte a busca constante de admiração e reconhecimento. Há registros de estudos com pessoas de excelente condição financeira. O afastamento social é um indicativo de que a pessoa precisa buscar apoio profissional.

 

 


Ramon Barros Comunicador +55 28 99882-8981

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