O jogo político em cena - Jornal Fato
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O jogo político em cena

As próximas eleições municipais acenam sem parar


- Foto: Divulgação

Todo mundo sabe quem manda no PT é Lula. Sempre foi assim. Quem o enfrentou quebrou a cara. Agora, sua última declaração de que é uma bobagem zerar o déficit público, como anunciou o ministro Fernando Haddad, repercutiu no mercado. E repercutiu mal. É preciso que se diga que Lula já não tem idade para falar aquilo que não lhe interessa.  Haddad vem fazendo um bom trabalho na economia. É um quadro sério e competente. Posso falar de cadeira porque, por pouco tempo, já fui seu aluno.  Mas, caro leitor, a declaração de Lula, a rigor, possui um viés político.  Não foi de graça. São as próximas eleições municipais que acenam sem parar. Se agiu certo ou errado o tempo vai dizer.

Como assim? Claro que são os gastos com obras que não permitirão que o déficit público chegue a zero. E político tem paixão por obra. Você conhece algum que não seja?  Entre zerar os gastos e agradar os políticos, para vencer as eleições, pode marcar a segunda opção. Vai querer derrotar todos os candidatos de Bolsonaro.  Ele acha, hoje, que a eleição vai ser uma disputa entre Lula e Bolsonaro. É o que tudo indicam as pesquisas.

Trazendo o tema para as eleições municipais. O que mais incomoda o vereador bolsonarista Juninho são as obras do prefeito Victor Coelho. Na falta de outo tema vai puxar sempre as discussões para eventual falta de investimentos no município. Terá razão? Cabe a ele provar.   Porém, com facilidade, qualquer político dissolve essa bolha ao dizer, simploriamente, que ele, vereador, está contra as obras. A falta de experiência nesse ramo é notória.

Juninho, num linguajar simplório, quer apagar o brilho das obras com temas que, muitas vezes, não cabem ao Prefeito, ou seja, é responsabilidade do governo federal ou estadual, por exemplo. Haverá, daqui a pouco, algum técnico do governo que mostrará os investimentos realizados no município. Só que aí entraria no jogo do vereador... É o que ele quer para aquecer suas propostas mornas para população.

Pode ser até que o prefeito Victor não tenha cumprido todas as exigências de uma cidade tão problemática como a nossa, mas o volume de obras nos bairros esquecidos faz parte da exigências de qualidade de vida da população. Verdade seja dita: a atual secretária Lorena Vasquez deu tônica às obras. Mostrou as realizações que ficavam sem divulgação. A marcação dela é cerrada. Isso, por óbvio, vem incomodando os possíveis pré-candidatos. Agora, que me perdoem quem acha que exagero, a moça anda dando um show de bola nos demais pré-candidatos.

Aliás, Gerson Camata, que sabia tudo de política, dizia que, antes da eleição, comprava vários pares de sapato, exatamente porque "candidato que se preza tem que gastar sola de sapato". A Lorena, de sapato, de salto ou tênis, vai ao encontro da população porque tem obras para apresentar. E tem o que mostrar e o que dizer.

O jornalista Wagner, com a experiência que Deus lhe deu, considera que os velhos caciques não farão seus sucessores. Quando falo de Lorena estou retratando uma realidade, mas não tenho certeza se ela é a candidata de Victor ou se ele tem algum nome na manga da camisa.  Só sei que político nunca pensa no lance atual, pensa no lance seguinte. Ele é candidato a deputado federal. Precisa de um prefeito que lhe dê apoio.

Salutar - e traço aqui um pequeno exemplo - um debate entre os jovens Juninho e Lorena. Estaria na plateia, com o maior prazer. Juninho falando da falta de investimentos e Lorena mostrando as obras.  Também gostaria de assistir aos outros pré-candidatos. Eles precisam deixar de ser papagaio de pirata do governador Renato. E mais os outros. Só assim consagraríamos um voto inteiramente consciente.


Wilson Marcio Depes Advogado Escritor e jornalista

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