Os pré-candidatos a prefeito de Cachoeiro se não reconheceram ainda, precisam constatar celeremente a importância das redes sociais na campanha eleitoral. Não que Cachoeiro seja uma grande metrópole, apesar de "capital secreta do mundo", mas, como na Argentina, as redes foram fundamentais para a vitória de Milei. Claro que não estou ingressando no mérito se Milei é bom ou ruim.  Sei que ele vai enfrentar uma barra pesada no Congresso para implementar suas propostas, loucas ou não.

Bem, e aqui? Estive viajando, mas, ao que me parece, os pré-candidatos são os mesmos. Alguém me soprou que Lorena Vasques vai se filiar no PSB, no próximo sábado. Só pra lembrar, partido do governador e do prefeito Victor.

Claro que isso permite uma conformação dos apoios na sua candidatura. O próprio governador Renato estará ao lado de Victor, mesmo que os deputados Bruno Rezende (União Brasil) e Alan Ferreira (Podemos) sejam de sua base de apoio, mas estão filiados a partidos diversos. Lorena passará a ser puro sangue. Victor foi eleito pelo PSB, lembro-me bem, quando ainda era um estreante. Claro que não desconsidero o efeito da comoção com a morte de Glauber.

Nas redes sociais, que Victor domina como ninguém, porque é filho dela, assisto a um novo formato, com visitas aos moradores onde estão sendo ou foram realizadas as obras. Matéria bem humana e ao mesmo tempo permite uma abertura grande não só para administração, assim também como para a pré-candidata, Lorena. É o diálogo essencial. E tal estratégia influencia grandemente.

Bem, mas e aí? Os outros pré-candidatos fazem o mesmo. Mas, a grande verdade, é que não possuem obras para mostrar. Sobra-lhes enfatizar os transtornos que a obra traz. Ora, é de se dizer, que até mesmo dentro de casa é assim. Falou em construção ou reforma, é um Deus nos acuda. Dialeticamente, se o prefeito não tivesse fazendo obra é que seria o caos. Daqui a pouco são as inaugurações, e volta tudo para o lugar. Transforma em voto.

Claro que o prefeito Victor tem, também, que passar a sensação da rapidez na execução das obras. Essas visitas que vem fazendo são cruciais. Abafam eventual crítica.  Essa é a grande dificuldade dos outros pré-candidatos, embora o deputado Alan continue bem nas pesquisas.

Junino Correa traçou uma estratégia interessante. Possui um deputado e um vereador para elevar o tom das críticas, abrindo caminho pra ele alinhavar suas propostas, fundamentalmente sublinhando a possível falta de investimento e desemprego. Mas, hoje, enfrenta um prefeito mais maduro. Mais experiente e desenvolto. Pronto para topar um debate técnico.

Quem diz que a campanha não começou está errado. Ela vai elevar o tom no início do ano. Aí os pré-candidatos, por necessidade, vão botar a cara na reta de forma mais enfática. E o pau vai quebrar. Acho, no entanto, que o quadro não muda muito.  Claro que se dividir, Lorena levará uma vantagem enorme. Por isso que Bruno, Alan e Diego Libardi ensaiaram um acordo.

Por isso, mostram não a força deles mesmos, mas o poder demolidor da candidata do prefeito. Mas a grande verdade é que os pré-candidatos só lançaram essa estratégia não porque querem, mas por força das circunstâncias, pois, caso contrário, a derrota estaria batendo em suas portas e encerrando carreiras bem no começo.  O que seria de um primarismo próprio de iniciantes.

O que vejo, mesmo longe um pouco cenário, é que o prefeito, hoje, mostra muita segurança, até mesmo para abrandar críticas açodadas em relação aos efeitos colaterais de obras importantes em andamento. Daqui a pouco estará inaugurando muitas obras importantes. Que se transformarão em votos.