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Março é o mês do rim, do nefrologista (especialista médico em doenças renais)


- Foto Reprodução Web

Previna-se foi o nome, anos atrás, da primeira Campanha Nacional da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) para prevenção da doença renal crônica. Março é o mês do rim, do nefrologista (especialista médico em doenças renais). A insuficiência renal crônica, deficiência completa na função dos rins, leva a necessidade da terapia renal substitutiva - hemodiálise, e posterior transplante, tornou-se uma epidemia mundial em consequência do envelhecimento da população - aumento da vida média, da sobrevida maior do diabético e aumento das pessoas adultas com hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). No passado, a doença renal crônica era causada, principalmente, pelas nefrites e cálculos (pedras). Na atualidade, o diabetes mellitus e hipertensão (pressão alta) são as mais frequentes. Nestes dois casos elas são silenciosas, não apresentam dor, e os sinais e sintomas da doença só aparecem em estágios avançados da morbidade. Os rins (normalmente nascemos com dois rins) localizam-se na região lombar (costas), um de cada lado, cada rim pesa em torno de 150 gr e mede 12 cm. Podemos nascer e viver com um rim só, tanto que em vida podemos doar um rim para um parente que venha a precisar. O rim filtra 25% de todo o nosso sangue a cada minuto, com isso elimina toxinas nocivas ao nosso organismo; mantém o equilíbrio de água e sal dentro do corpo humano; produzem hormônios para evitar a anemia e fortalecer nossos ossos e também os hormônios para controle da pressão sanguínea. Portanto, apesar de pequenos, filtram quase todo nosso sangue continuamente e controlam toda homeostase do corpo humano. Assim, um órgão essencial para a vida.

Os rins possuem uma boa reserva funcional, e com isso, mesmo com lesão podem por vários anos compensar essa perda e não dar sinais de disfunção já existente. Por isso o alerta de doença silenciosa. Existe dor, muitas vezes insuportável, em caso de cólica renal (pedra), infecções urinárias e renais, nesses casos a disfunção, quando aparece, é reversível, dita insuficiência renal aguda. O exame de urina simples (EAS) e a dosagem da uréia e creatinina no sangue, exames baratos e de fácil realização, são recomendados para pessoa adulta quando for realizar o check up, principalmente os hipertensos (pressão alta), diabéticos e os com história na família de doença renal. A perda de proteína na urina é um bom marcador de lesão vascular renal e sistêmica. Diminuindo sua perda, controlando a pressão e mudanças de hábitos alimentares (sal) podemos prevenir ou atenuar as doenças cardiovasculares - Infarto do coração, Derrame cerebral e Insuficiência renal. Os sinais da doença renal: pressão alta, inchação (mais pela manhã e na face), sangue na urina, palidez cutânea e fraqueza (sem outras justificativas). As pessoas com sinais de doença ou que já apresentam a doença renal devem evitar os anti-inflamatórios. Existe doença renal crônica que não podemos evitar (familiares). Mas, na maioria das vezes, podemos retardar ou não deixar que a doença evolua para um estágio avançado, ao ponto de necessitar da hemodiálise e transplante. Por isso, o alerta para a identificação das pessoas vulneráveis (calculose e infecção urinária de repetição, obesos, hipertensos, diabéticos, uso abusivo de anti-inflamatórios e aqueles com história familiar de doença renal crônica).

 


Sergio Damião Médico e cronista

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